Resenha: Mindhunter

08:10

Título: Mindhunter
Autor(a): Mark Olshaker, John Douglas
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 384
Classificação: 5/5

Eu sempre tive um grande interesse em assuntos policiais, de como funciona a mente de um criminoso e eu vivo assistindo aos programas do Investigação Discovery. Então, logo me interessei por "Mindhunter" e a leitura do livro não me decepcionou, muito pelo contrário, uma vez que eu comecei a ler eu não consegui parar depois.

"Em detalhes assustadores, Mindhunter mostra os bastidores de alguns dos casos mais terríveis, fascinantes e desafiadores do FBI.

Durante as mais de duas décadas em que atuou no FBI, o agente especial John Douglas tornou-se uma figura lendária. Em uma época em que a expressão serial killer, assassino em série, nem existia, Douglas foi um oficial exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Como Jack Crawford em O Silêncio dos Inocentes, Douglas confrontou, entrevistou e estudou dezenas de serial killers e assassinos, incluindo Charles Manson, Ted Bundy e Ed Gein.

Com uma habilidade fantástica de se colocar no lugar tanto da vítima quando no do criminoso, Douglas analisa cada cena de crime, revivendo as ações de um e de outro, definindo seus perfis, descrevendo seus hábitos e, sobretudo, prevendo seus próximos passos.

Com a força de um thriller, ainda que terrivelmente verdadeiro, Mindhunter: o primeiro caçador de serial killers americano é um fascinante relato da vida de um agente especial do FBI e da mente dos mais perturbados assassinos em série que ele perseguiu. A história de Douglas serviu de inspiração para a série homônima da Netflix, que conta com a direção de David Fincher (Garota Exemplar e Clube da Luta) e Jonathan Groff, Holt McCallany e Anna Torv."

O livro narra sobre a carreira de John Douglas, um dos agentes mais requisitado dentro do FBI e que se tornou extremamente conhecido por seu trabalho na Unidade de Ciência Comportamental. Porém, esse sucesso foi alcançado através de muito trabalho e esforço, e em "Mindhunter" o leitor acompanha a trajetória de John, desde a sua adolescência marcada por alguns delitos até o momento em que ele resolveu ingressar no FBI.

De entrevistas a ladrões de banco para identificar os padrões que eles utilizavam para realizar os assaltos, como era feita a estratégia, John passou a desenvolver um projeto pioneiro onde começou a entrevistar assassinos em série como Charles Manson (o líder da família Manson, responsável pelos assassinatos que ficaram conhecidos como o caso Tate-LaBianca), Robert Hansen (serial killer estadunidense que matou entre 17 e 21 mulheres perto de Anchorage no Alasca), Jerry Brudos (um assassino em série americano e necrófego, também conhecido como "O Assassino da Luxúria" e "O Assassino do Fetiche de Sapatos") e Wayne Williams (um serial killer que cometeu a maioria dos assassinatos de crianças em Atlanta que ocorreram de 1979 até 1981). E através dessas entrevistas ele começou a traçar perfil de criminosos, como se entrasse na mente de um deles, explicando a compulsão que alguns tem pela matança.
“Acabei cunhando o termo assinatura para descrever esse elemento singular, essa compulsão pessoal que se mantinha estática. E o usei como algo distinto do conceito tradicional de modus operandi, que é fluido e possivelmente mutável”.

Esse seu trabalho traçando perfis foi de extrema importância uma vez que ele passou a comparar o modus operandi e as assinaturas de assassinos, podendo prever seus próximos passos e quase sempre estando a um passo a frente deles. John também definiu algumas características prévias, através de um estudo meticuloso da juventude de cada assassino, que foram determinantes para que eles se tornassem um serial killer. Um fator destacado nesses estudos foi a "tríade homicida": piromania + crueldade contra animais + fazer xixi na cama depois da infância, além disso descobriu-se também as motivações de um assassino: manipulação + dominação + controle.

Ao mesmo tempo que esse seu trabalho lhe rendeu um grande sucesso, de maneira que Douglas era chamado para das aulas sobre como traçar um perfil, palestras e sendo chamado para participar de inúmeros casos, também teve um lado negativo que afetou sua vida pessoa. Ele passou por um problema de saúde devido a exaustão do trabalho e ficou cara a cara com a morte, além disso o seu casamento também sofreu algumas sequelas devido o seu trabalho e a sua ausência em casa.

“Assassinos em série fazem um jogo muito perigoso. Quanto melhor compreendermos a maneira como jogam, maior será nossa vantagem sobre eles”.  

"Mindhunter" apresenta uma leitura muito envolvente, tanto é que eu não consegui largar o livro após começar a ler (fui obrigada a dar uma pausa na leitura para colocar em dia algumas obrigações do estágio e da faculdade). John Douglas consegue contar sobre os acontecimentos de sua vida e de seu trabalho de uma maneira fluída, que não cansa o leitor e que é recheada de detalhes. Então, para quem gosta de livros que envolvam tramas policiais ou que sente curiosidade em entender a mente de um assassino, "Mindhunter" é a opção perfeita (muitas vezes durante a leitura eu tive a sensação de estar assistindo ao Investigação Discovery, e também fiquei chocada ao saber que John Douglas havia participado de alguns casos que eu já conhecia).

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4 comentários

  1. Olá, tudo bem?
    Sua resenha sobre esse livro foi de longe a mais completa que eu já li, eu já tinha curiosidade nele e agora só aumentou, adoro ler livros nesse estilo!1
    Beijos

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    1. Oi Maria Eduarda, tudo bem com você? Fico extremamente feliz que você tenha gostado da resenha do livro <3 e eu super recomendo "Mindhunter", então acredito que você não irá se arrepender.
      Bjs e volte sempre aqui no blog!

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  2. Nossa, esse livro é um tipo que eu costumava ler muito e tenho interesse em voltar a ler...

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    1. Oi Daniele, tudo bem com você? Já que você gosta desse estilo de livro pode ler "Mindhunter", você vai amar!!
      Bjs e volte sempre aqui no blog!

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