Resenha: O Príncipe Corvo

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Título: O Príncipe Corvo
Autor(a): Elizabeth Hoyt
Editora: Record
Número de páginas: 350
Classificação: 3/5

Quem me conhece ou acompanha no blog há algum tempo, já deve ter percebido que eu adoro romances de época. Então, resolvi seguir o conselho da minha amiga Laura, do blog Nostalgia Cinza, e ler "O Príncipe Corvo", um livro que estava chamando a minha atenção há meses.

"Ao descobrir que o conde de Swartingham visita um bordel para atender suas “necessidades masculinas”, Anna Wren decide satisfazer seus desejos femininos... com o conde como seu amante

Chega uma hora na vida de uma dama... 
Anna Wren está tendo um dia difícil. Depois de quase ser atropelada por um cavaleiro arrogante, ela volta para casa e descobre que as finanças da família, que não iam bem desde a morte do marido, estão em situação difícil.
Em que ela deve fazer o inimaginável... 
O conde de Swartingham não sabe o que fazer depois que dois secretários vão embora na calada da noite. Edward de Raaf precisa de alguém que consiga lidar com seu mau humor e comportamento rude.
E encontrar um emprego. 
Quando Anna começa a trabalhar para o conde, parece que ambos resolveram seus problemas. Então ela descobre que ele planeja visitar o mais famoso bordel em Londres para atender a suas necessidades “masculinas”. Ora! Anna fica furiosa — e decide satisfazer seus desejos femininos… com o conde como seu desavisado amante."

Logo conhecemos Anna Wren, uma viúva que mora junto de sua sogra e da empregada em um pequeno chalé. Há anos, quando se casou, Anna tinha diversos sonhos e planos para o futuro, mas a vida seguiu um rumo diferente após a morte de seu marido. Agora, ela e as outras mulheres estão enfrentando um grande desafio para pagarem as contas que não param de acumular, uma vez que seu falecido marido não deixou muitos bens.

Dessa forma, Anna se vê obrigada a procurar um emprego para ajudar nas despesas. Por mais que sua sogra não concorde com essa atitude, não há muito o que fazer; o jeito é aceitar a decisão de Anna. Coincidentemente, Edward, o conde de Swartingham, estava a procura de um secretário para tomar contar da Abadia de Ravenhil. 

Certamente que Anna não é a pessoa mais adequada para preencher a vaga, pelo menos na visão de Edward, mas sua personalidade forte vai o convencendo de que ela é a pessoa perfeita para o cargo. Além do mais, Anna parece saber lidar perfeitamente com o comportamento rude e seu mau humor. Esse trabalho é essencial para a aproximação dos dois, ao ponto de Anna cometer certas loucuras para poder conquistar o conde.
"Raiva. Anna sentiu raiva. A sociedade poderia não esperar o celibato do conde, mas certamente esperava isso dela. Ele, por ser homem, poderia ir a casas de má reputação e aprontar por toda a noite com criaturas sedutoras e sofisticadas. Enquanto ela, por ser uma mulher, deveria ser casta sem nem ao menos pensar em olhos escuros e peitos cabeludos. Simplesmente não era justo. Nem um pouco justo."

A premissa de "O Príncipe Corvo" me chamou atenção, uma vez que é diferente de tudo que eu já li (a parte de duas pessoas de classes diferentes se apaixonando é um clichê, mas até então nunca tinha lido algo que envolvesse um bordel). Porém, demorou para que eu me envolvesse com a história. Até a página 100, mais ou menos, a leitura foi bastante arrastada e com o tempo que eu fui adquirindo um apego pelos personagens. Depois disso, a leitura fluiu com uma grande rapidez. 

Apesar de se tratar de um romance de época, o livro contém várias cenas de sexo e bem detalhadas. A autora, Elizabeth Hoyt, fez essa construção bastante cuidadosa, além de promover uma discussão interessante sobre o papel do homem a respeito do celibato. Enquanto Edward podia ter diversos casos amorosos, ir aos bordeis e não sofrer nenhum tipo de julgamento, o mesmo não é valido para Anna. Essa é uma reflexão que se enquadra bastante nas discussões de igualdade que temos no século XXI.

"O Príncipe Corvo" é o primeiro livro de uma trilogia, mas, apesar da leitura ter sido bastante agradável  não sei se vou dar uma continuidade para a "Trilogia dos Príncipes". O livro foi bom, mas não ao ponto de me fazer querer ler sua continuação. E para quem gosta de um bom romance de época, "O Príncipe Corvo" pode ser uma ótima escolha.

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