Estranhos como eu
14:38Imagem do We Heart It |
Durante as dinâmicas que fizeram com o pessoal da minha turma, teve uma atividade em que cada um colou um papel nas costas, recebeu uma caneta e o objetivo era escrever a sua opinião sobre o coleguinha. A expectativa de ler o que as pessoas estavam escrevendo no meu papel era alta, queria saber o que algumas pessoas pensavam sobre mim e não tinha coragem de me dizer pessoalmente. Quando chegou a tão esperada hora de ler o que as pessoas tinham escrito eu estava bastante empolgada, me lembro de ter ficado feliz com que as minhas amigas escreveram sobre mim, mas teve um comentário que me marcou muito mais do que as palavras botinhas das minhas amigas: "Você é estranha".
Você é estranha.
Essa frase ficou naquela cabeça por um bom tempo, e assim eu comprovei que as palavras podem machucar muito mais que ações. Talvez, tivesse sido melhor levar um soco do que ter lido aquela frase. Um soco machuca na hora e depois de alguns minutos já passou, mas aquelas palavras ficaram na minha cabeça me torturando por um tempo.
Eu era estranha. Eu era diferente das minhas colegas e queria saber o motivo disso. Será que era por eu gostar de ler e preferir um bom livro ou filme a alguma festa? Será que era por eu não ser tão vaidosa como o resto delas? Será que era por eu nunca ter beijado um carinha? Será que era por eu gostar de música coreana? Será que era por eu ser tímida? Será que era por eu ver séries pouco conhecida pelos meus colegas? Será que era por ter peitos pequenos? Queria conseguir a resposta necessária para essa pergunta, quem sabe assim eu pudesse melhorar e me tornar uma pessoa normal.
Por alguns anos fiquei acreditando que eu era estranha, e por um tempo achei que era por isso que eu não tinha um namoradinho e não estava conseguindo fazer amizades na minha nova escola. Aceitei que era estranha, e por isso devia ficar sozinha e com apenas alguns amigos. Era mais fácil aceitar isso, machucava menos do que pensar que eu era estranha, que eu tinha algum tipo de problema.
Agora, aos 19 anos, cinco anos passados desse ocorrido, eu percebo o quão patética eu era na época por acreditar em uma coisa dessas, por acreditar que o problema estava em mim. Se eu sou estranha ou não isso não importa mais, pois eu estou feliz comigo mesma, com o meu corpo, com a minha personalidade. Não preciso mudar nada em mim para poder agradar ninguém. E agora, percebi que apesar do peito pequeno, do meu gosto musical eclético que não agrada a todos, da minha timidez, e da minha preferência de livros e filmes a uma festa, não são fatores que me impedem de ter amigos ou um namorado. Posso afirmar, com toda certeza, que as pessoas que estão ao meu lado são as melhores do mundo, eu não as trocaria por nada, pois elas me fizeram perceber o quanto eu sou especial.
5 comentários
Texto lindo. Adorei.
ResponderExcluirAbraço!
http://livrosperfeitosmsoffiati.blogspot.com.br/
Fico feliz que você tenha gostado do texto!
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Bjs!
Me identifiquei super! Agora percebo o quanto "ser estranha" é melhor. É o que eu sou. Eu nunca quis ser igual a todo mundo e são poucos que realmente conseguem ser diferentes. Vou sempre escolher minhas séries e livros, vou continuar falando de Deus em todos os lugares e nunca vou desistir dos meus sonhos, ainda que todos afirmem que são impossíveis. ♥
ResponderExcluirhttp://leituraecappuccino.blogspot.com.br/
Você falou tudo! Chegou um tempo na minha vida que eu simplesmente cansei de tentar ser iguais as minhas colegas, prefiro ser "estranha" e feliz sendo eu mesma do que tentando ser alguém que eu não sou.
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Bjs!
Ser estranha e diferente é maravilhoso, pois enquanto todos são iguais e monótonos vc é especial
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