Resenha: 1984

Título: 1984
Autor(a): George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 416
Classificação: 5/5

Já perdi a conta de quantas vezes escutei falar sobre George Orwell e suas obras, e foi conversando com um amigo que eu recebi a sugestão de ler "1984". Reconheço que demorei um bom tempo até finalmente comprar o livro, algo que eu fiz no início de 2015 quando fiz uma meta para mim mesma de que esse ano eu iria ler mais clássicos e o que poderia ser melhor iniciar essa minha meta lendo uma obra do Orwell? Acho que nada. Esse cara é simplesmente um grande gênio.
"1984 - Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'"
Em "1984" a divisão de mundo que conhecemos já não existe mais. No mundo alternativo criado por Orwell existem apenas três grandes continentes: Oceania, Eurásia e Lestásia. A Oceania - o maior dos impérios, governa toda a Oceania, América, Islândia, Reino Unido, Irlanda e grande parte do sul da África. A Eurásia - o segundo maior império, governa toda a Europa (exceto Islândia, Reino Unido e Irlanda), quase toda a Rússia e pequena parte do resto da Ásia. A Lestásia - o menor império, governa países orientais como China, Japão, Coreia, parte da Índia e algumas nações vizinhas. E ainda existem os territórios sob disputa, como o norte da África, o centro e o Sudeste da Ásia e a Antártica permanecem em disputa. E a guerra é uma constante nesse novo mundo. Não importa contra quem é, ou o fato de sempre estarem mudando de lado. Em um momento a Oceania está em uma guerra contra a Eurária, e em outro momento se encontra em guerra com a Lestásia.
O mapa do mundo de acordo com 1984. Em rosa, as áreas dominadas pela Oceania. Em laranja, a Eurásia e, em verde, a Lestásia. Em bege, as áreas sob disputa.

E o que a população pensa a respeito disso? Eles não têm muitas informações sobre a guerra, eles apenas sabem que estão nela. Quando isso aconteceu? Ninguém sabe dizer. E quando esse conflito deve acabar? Ninguém sabe. As pessoas da Oceania vivem em um Partido onde quem controla tudo é o Grande Irmão. Cada pessoa tem em sua casa uma teletela, um tipo de tecnologia de telecomunicação bidirecional que funcionam ao mesmo tempo como um televisor e uma câmera de vigilância, na medida em que poderiam simultaneamente transmitir a programação oficial do governo e filmar o que acontece em frente ao aparelho. O Grande Irmão está de olho em todos. Ele controla tudo, desde a vida das pessoas até a história. Pinturas, músicas, livros, jornais... Tudo é reescrito com a finalidade de atender as necessidades do sistema.  E como se isso não bastasse também há a Polícia das Ideias, que não pensa duas vezes antes de expurgar alguém por ter pensamentos. Pensar por si mesmo é um verdadeiro crime.
"Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado', rezava o lema do partido."
E é neste contexto que é apresentado ao leitor Wintson Smith, um homenzinho de trinta e poucos anos que vive em Londres e que trabalha como balconista no Departamento de Registros do Ministério da Verdade , onde o seu trabalho é reescrever documentos históricos para que eles correspondem a constante mudança atual linha do partido. E assim como a guerra é uma constante a vida de Smith também parece ser uma constante, pacata. Ele passa boa parte de suas horas no trabalho e quando chega a sua casa bebe um pouco de gim e fuma alguns cigarros e às vezes fica observando pela janela o Ministério do Amor (ou Miniamor) se perguntando o que acontece dentro daquele grande prédio, isso é um verdadeiro mistério para toda a população. A única vez que ele fez algo que fugiu completamente de sua rotina foi o dia em que ele comprou um caderno em um antiquário, mas logo se arrependeu da ideia e deixou o caderno guardado em uma gaveta.

Na época Smith nunca pensou que algum dia iria encontrar alguma utilidade para o caderno, na verdade, achava que isso poderia trazer algum tipo de problema para ele caso a Policia das Ideias o descobrisse. Contudo, depois de um dia de trabalho ele decide escrever um pouco de seus pensamentos à respeito do Partido, do Grande Irmão. Ele relata informações bastante profundas sobre a sua "revolta"  do Partido, sobre seu fingimento durante a Semana do Ódio, da esperança que ele sentiu ao olhar nos olhos de seu colega O'Brien e mesmo sem trocar palavras Smith tinha a sensação de que ambos sentiam-se da mesma maneira em relação ao Partido, e também relatou a sua raiva por sua colega de trabalho Júlia.
"Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força."
É dessa forma que ele acaba cometendo o pensamento-crime, e para não levantar nenhum tipo de suspeitas ele continua seguindo com sua vida normalmente e sendo cuidadoso durante conversas com alguns de seus vizinhos para não levantar nenhum tipo de suspeita para si mesmo, afinal a Policia das Ideias possuem vários espiões, até as crianças são ensinadas para espionar com o proposito de delatar os infratores, até mesmo os próprios pais se for preciso. O Partido transformou a sociedade e as famílias de um modo geral. O casamento tinha de ser permitido por alguém e não deveria envolver nenhum tipo de atração entre homem e mulher, o sexo não deveria ser algo prazeroso e sim uma obrigação com o Partido e as crianças parecem não respeitar seus pais, no geral.
"Pensamento duplo indica a capacidade de ter na mente, ao mesmo tempo, duas opiniões contraditórias e aceitar ambas."
E em uma noite após o trabalho ele acaba passando no mesmo antiquário aonde comprou o caderno alguns meses atrás, e acaba comprando mais um objeto que ele considerou interessante e aproveita o momento para fazer uma espécie de amizade com o proprietário do local, um senhor de idade que conheceu Londres antes da guerra, antes do Partido, antes do Grande Irmão. E quando ele está voltando para seu apartamento ele repara que estava sendo seguido por Júlia, e é inevitável que a raiva e outros sentimentos terríveis em relação à mulher que provavelmente é uma espiã da Policia das Ideias. Contudo, mais tarde é revelado que Júlia o ama e Smith passa a ter encontros secretos com ela, onde conversam sobre a possibilidade de Emmanuel Goldtsein(declarado como o inimigo do Partido) e de seus seguidores que planejam acabar com o partido. É como se existisse uma pontada de esperança em Smith, ao saber que Júlia e O'Brien também estão do seu lado e que pensam da mesma forma que ele. Contudo, as aparências enganam e nem sempre as pessoas são o que elas aparentam ser.
 "Quando você ama alguém, ama essa pessoa e mesmo não tendo mais nada a oferecer, continua oferecendo-lhe o seu amor."
Diferente de alguns livros que eu leio em um ou três dias, no máximo, "1984" exigiu um pouco mais de tempo da minha parte. A leitura está longe de ser fácil, e em alguns momentos é tão descritivo e detalhista que se você desviar a sua atenção por um minuto acaba perdendo o fio da meada. E me arrependi por ter demorado a ler tanto esse livro, que é uma verdadeira obra de um gênio. Não é para tanto que em 2005, a revista Time listou o romance como uma das cem melhores obras de língua inglesa publicadas desde 1923. Além de ser a obra mais importante do século de acordo com algumas pessoas, uma vez de que Orwell mostrou o futuro como algo tão horrível ao ponto das pessoas lutarem para impedir que isso aconteça, portanto, a qualquer sinal de tirania as pessoas vão lutar contra ela.

Ao longo da leitura é perceptível que George Orwell se inspirou nas características dos governos totalitários nazista e fascista, e se levar em conta que a obra foi publicada quatro anos após o término da Segunda Guerra Mundial. E também é notável que ele acabou servindo de inspiração para o reality show Big Brother, a história em quadrinhos V de Vingança e o filme Equilibrium.

E por mais que o final não tenha sido da form que eu imaginava, recomendo esse livro para todas as pessoas. "1984" é uma obra que todo mundo deveria conhecer de tão brilhante que é mesclando questões meio filosóficas com questões históricas ao longo da história. Esse livro definitivamente entrou para a minha lista de livros favoritos.

Insurgente

Como todos já devem estar sabendo o filme Insurgente (continuação de Divergente, inspirado nos livros da Veronica Roth) teve a sua estreia na quinta feira, dia 19, e como ontem eu tive a oportunidade de assistir ao filme hoje vou contar um pouco da minha opinião geral. Dos pontos positivos e de outros que não me agradaram muito.

"Tris (Shailene Woodley) e Quatro (Theo James) agora são fugitivos e procurados por Jeanine Matthews (Kate Winslet), líder da Erudição. Em busca de respostas e assombrados por prévias escolhas, o casal enfrentará inimagináveis desafios enquanto tentam descobrir a verdade sobre o mundo em que vivem."
O filme começa com um holograma de Jeanine Matthews sendo mostrados em todos os pontos da cidade a fim de tentar convencer o quão os Divergentes são perigosos para a sociedade onde eles vivem, e isso serve de justificativa para seu ataque a Abnegação. E não muito longe dali, perto da fronteira onde se situa a "sede" da amizade Tris, Quatro, Peter, Caleb e Marcus estão se refugiando após o ataque que ocorreu. Nessa parte é perceptível a evolução que a Tris teve em relação do primeiro ao segundo filme. Constantemente ela se culpa pela morte de seus pais e a de Will, ocasionando pesadelos terríveis, além de ela se sentir péssima por se considerar como uma pessoa mortal uma vez que acredita que todas as pessoas que se envolvem com ela acabam mortas ou machucadas. E toda essa culpa que ela carrega dentro dela faz com que ela fique com raiva com muita frequência, e por esse motivo quase que eles acabam sendo expulsos de lá. Ao invés dela promover a amizade e sentimentos bons na sede da Amizade, o que ocorre são constantes ataques de raiva e brigas violentas.  

E é nesse contexto que vimos Johanna  (a líder da Amizade) se solidarizando com a Tris, dizendo que por mais que a tristeza que ela esteja sentindo seja enorme matar Jeanine Matthews não vai trazer seus pais de volta, e que ela deve conseguir a perdoar a si mesma.

Porém todo o clima de paz que reina na Amizade acaba quando Eric, acompanhado de membros da Audácia chegam a fim de realizar um teste nas pessoas com o proposito de achar divergentes tudo isso para um plano que vem sendo planejado e executado por Jeanine. E devido um traidor a presença de Tris e Quatro é revelada e eles são obrigados a fugir às pressas, acompanhados de Caleb que se esforça para conseguir acompanhar o ritmo dos dois. E é devido a essa fuga que eles acabam chegando à sede dos sem-facções que tem como líder deles Evelyn Eaton, a mãe de Quatro, que tem um plano bastante tentador (pelo menos para a Tris) de como derrotar a Matthews.  

Faz bastante tempo desde que ei li "Insurgente", então me lembro 100% das coisas que acontecem no livro, mas de um modo geral eu achei que o filme foi fiel à obra. E do mesmo modo que a personagem Tris acabou sofrendo uma grande evolução, o mesmo pode se dizer da atuação da Shailene Woodley que melhorou muito em comparação do primeiro para o segundo filme, e por mais que eu não seja a maior fã da atriz eu sou obrigada a dar parabéns pela atuação dela. Os atores Kate Winslet e Jai Courtney continuaram impecáveis em seus respectivos papeis (Jeanine e Eric), e por mais que o telespectador sitda raiva dos personagens que eles interpretam é impossível não elogiar a atuação de ambos. E finalmente o Ansel Elgort conseguiu quebrar a imagem que eu tinha dele como Augustus Water de "A Culpa é das Estrelas", uma vez que o personagem dele tomou escolhas chocantes, algo que o Gus não teria feito. Também adorei ver a cena em que o Quatro fala do seu amor pela Tris, além do momento em que ele prova para certa pessoa que ele não é fraco; que ele pode muito bem arranjar um modo de viver tendo sangue em suas mãos  e por esses motivos o Theo James é outro que merece parabéns pela atuação.

Pessoalmente acho que eles não aproveitaram muito bem a Octavia Spencer na pele da Johanna, poderiam ter feito algo mais grandioso com ela. E também não gostei muito da escolha da Naomi Watts para interpretar a mãe do Quatro, ela aparentava ser mais nova do que realmente é e poderia muito bem se passar por uma irmã mais velha dele.

E finalmente, o Uriah apareceu no filme! Havia sentindo a falta dele em Divergente e foi muito bom ver o personagem aparecendo em Insurgente. E falando em personagens, me senti decepcionada pelo modo que a Marlene ganhou uma menor importância do que ela tem nos livros. Ela aparece em uma cena e os telespectadores apenas descobrem que se trata da Marlene, pois um dos membros da Audácia fala o nome dela. Se não fosse por isso, ela seria apenas uma garota loira qualquer que apareceu durante alguns poucos segundos.

No geral eu amei o filme. A história se mantel fiel ao do livro (essa é a coisa que o leitor mais ama quando vai assistir a adaptação de algum livro que virou filme), as atuações dos atores estavam muito boas e os efeitos especiais perfeitos. Mal posso esperar para as filmagens de Convergente começarem, e espero que eles continuem se mantendo fiel ao livro e fazendo um ótimo trabalho. Se você ainda não assistiu "Insurgente" vá ao cinema mais perto de você, e se você já viu esse filme não existe nenhum problema em ver novamente, é isso que eu vou fazer.

Ficha Técnica

  • Título: Insurgente.
  • Gênero: Ficção científica, Ação.
  • Direção: Robert Schwentke.
  • Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Octavia Spencer, Miles Teller, Ansel Elgort, Kate Winslet, Jai Courtney, Naomi Watts, Maggie Q, Zoë Kravitz, Mekhi Phifer, Jonny Weston, Daniel Dae Kim, Ray Stevenson  .
  • Duração: 1h59min.

Watchmen

Fazem três anos desde que eu comecei a me tornar fã dos filmes da Marvel e da DC Comics, e toda vez que tem a previsão de lançar algum filme eu tenho a mania de combinar de assistir previamente com os meus amigos. Eu ainda posso ser considerada como uma novata nesse universo tão vasto de HQs e filmes, então sempre aproveito das oportunidades para ampliar o meu conhecimento.

No sábado (7/03), a minha escola ofereceu um aulão em que relacionava o filme Watchmen com a Guerra Fria, e a questão da ética. E faltar não era uma opção válida, afinal se tratava de um filme que eu nunca tinha visto antes e que me parecia ser interessante, envolvia duas das minhas matérias favoritas: História e Filosofia e adquirir novos conhecimentos sempre é bom.  E aqui nesse post vou contar um pouco sobre o filme, o que eu achei dele e ainda sobre algumas questões discutidas no aulão!
"Em 1977 foi aprovada pelo congresso norte-americano a Lei Keene, que proibia as atividades de mascarados no combate ao crime. Isto fez com que vários super-heróis deixassem a carreira, como o Coruja (Patrick Wilson) e Espectral (Malin Akerman). Outros, como o Comediante (Jeffrey Dean Morgan) e o Dr. Manhattan (Billy Crudup), passaram a trabalhar para o governo. Dois anos antes da implementação desta lei Adrian Veidt (Matthew Goode) decidiu revelar sua identidade como Ozymandias, dedicando-se a partir de então na construção de um império econômico. Em 1985 o mundo vive o clima da Guerra Fria, no qual um ataque nuclear pode acontecer a qualquer momento, vindo dos Estados Unidos ou da União Soviética. Neste clima de tensão política Edward Blake, o Comediante, é assassinado. Em seu funeral comparecem, em momentos diversos, seus antigos companheiros. Entre eles está Rorschach (Jackie Earle Haley), que acredita que sua morte seja o indício da existência de um assassino de mascarados."
A história se passa em 1985 nos Estados Unidos (mais precisamente na cidade de New York), em uma realidade alternativa onde super-heróis existem e o presidente Nixon está em seu terceiro mandato. A época em que se passa o filme está marcada pelas tensões da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, e muitos temem na possibilidade de que haja uma espécie de guerra nuclear. E em meio dessas tensões, em uma noite chuvosa ocorreu um assassinato. Mas não foi um crime qualquer. A vítima se trata de Edward Blake, que por mais que se pareça com um cara comum ele, na verdade, se trata de um ex-vigilante conhecido por todos como Comediante.

E esse acontecimento acabava deixando Rorschach bastante intrigado com a situação, e como modo de tentar conseguir descobrir quem está por trás disso ele acaba violando a Lei Keene, que foi implantada em 1977 em resposta à greve da polícia e a revolta da população contra os vigilantes que agiam acima da lei. A Lei Keene exigia que todos os "aventureiros fantasiados" se registrassem no governo. E durante a sua breve visita a cena do crime ele descobre que quem matou Eddie sabia exatamente que ele era o Comediante, e assim ele desconfia na existência um assassino que planeja matar os vigilantes e como forma de proteger os outros ele procura  o Dr. Manhattan que vive junto de Laurie, além seu antigo parceiro Dan Dreiberg, que transmitiu o recardo para Adrian Veidt.
"Last Night, a Comedian Died in New York...
This was no accident, no act of God. No unforeseen mishap, no simple miscalculation. Somebody pushed AIG out a window, to collect the insurance. Then they saw the opportunity to extort billions from the Congress and a Presidency in transition by bringing the financial system to the point of collapse. And they took it. And somebody knows who and how they did it.
Somebody knows."
Contudo, nenhum dos outros vigilantes acreditam na suposta teoria de Rorschach, de que existe algum assassino cujo seus alvos são os vigilantes. Mas isso não o impede de continuar investigando o caso em busca de descobrir a verdade. E tomando essa decisão ele acaba descobrindo o motivo do assassinato do Comediante, também o leva a descobrir série de informações ainda mais sérias e que podem comprometer o destino da humanidade. Mas ao longo desses acontecimentos é revelada a verdadeira identidade do Rorschach — eu já tinha minhas suspeitas, mas mesmo assim me surpreendi um pouco com a revelação —, ele é preso por ir contra a Lei de Keene e na prisão tem de lidar com vários presidiários que querem sua cabeça,  e consegue convencer Dan e Laurie a se juntarem à ele, fazendo as coisas de sua própria maneira.
"Quanto a mim, de nada me arrependo. Vivi a vida sem concessões... e agora avanço rumo as sombras sem me queixar."
Logo no início do filme ficou bastante claro que era algo violento, e a cena da morte de Eddie Blake foi à primeira das várias cenas de ação que podem agradar ou não ao espectador. Admito que em algumas partes eu não consegui assistir sem virar o rosto ou fechar os olhos, de tão chocantes como eu achei. Um exemplo disso foi durante a rebelião que aconteceu na prisão quando Rorschach se encontrava preso por lá.

E de todos os personagens do filme eu acabei pegando uma antipatia logo de cara pelo Comediante. Pelo fato dele ter feito parte dos Vigilantes achei que isso fazia dele um super-herói, mas ao julgar suas atitudes ele estava longe de ser bonzinho o que resultou na minha repulsa por ele. No início do filme me perguntei como alguém como ele era capaz de cometer certas atrocidades, tendo pouco respeito pela moralidade ou para com a vida humana. Mas ao longo do filme percebe-se que ele está mais para um mercenário, do que para um herói de fato. E, definitivamente, o Comediante pode ser considerado como um sociopata.

E fiquei em estado de choque quando descobri que o ator Jeffrey Dean Morgan, interpretou no passado o amável, carinhoso e carismático Denny em Grey's Anatomy. Um personagem bem diferente do Eddie. São como dois verdadeiros extremos.
Já o personagem que acabou me conquistando foi o Rorschach com o seu modo extremamente misterioso e enigmático de ser, ao ponto de esconder a sua própria identidade de todos — algo que me deixou bastante intrigada, e que me fez a criar algumas suspeitas de quem era o homem por trás da máscara. E admito que fiquei extremamente feliz ao ver que o meu palpite estava correto.

E foi extremamente interessante conhecer um pouco mais sobre o passado dele durante o Teste de Rorschach no qual ele é submetido na prisão. Essa volta pelo passado, pelo íntimo dele acaba revelando informações cruciais que explicam o motivo dele ser o que ele é, das ações que ele toma. E de certo modo, essa viagem ao passado dele acaba fortalecendo os laços entre o telespectador e a personagem, é como se estabelecesse um tipo de vínculo. Na minha opinião, ele é o personagem mais enigmático de todos, e a partir do momento em que descobrimos um pouco sobre o passado é como se as pessoas se aproximassem ao menos um pouco do Rorschach.

E os efeitos especiais usados em sua máscara ficaram perfeitos. E o curioso disso é o fato de Rorschach usa essa máscara como uma espécie de ilusão à sociedade, que vai mudando de cara.
E o que eu posso dizer sobre a tilha sonora de Watchmen? Até agora estou viciada em algumas das músicas, e chegou ao ponto de eu as colocar no meu celular para poder escutar sempre que quiser.
1) The Times They Are a-Changin' — Bob Dylan
2) The Sound of Silence — Simon & Garfunkel
3) Hallelujah — Leonard Cohen
Curiosidades:

  1. Os rumores iniciais de uma adaptação de Watchmen para o cinema surgiram na década de 90. Os cotados na época eram Robin Williams como Rorschach, Jamie Lee Curtis como Espectral, Gary Busey como Comediante e Richard Gere ou Kevin Costner como Coruja.
  2. O diretor Terry Gilliam e seu colaborador Charles McKeown fizeram diversas versões de roteiro para Watchmen, até o filme ser abortado pela Warner Bros. O estúdio considerava impossível rodar uma adaptação da graphic novel, já que Gilliam havia declarado que conseguiria fazer do material uma série de, no mínimo, 5 horas de duração.
  3. Carla Gugino e Malin Akerman interpretam mãe e filha em Watchmen, apesar da diferença de idade entre elas ser de apenas sete anos.
  4. Durante a escalação do elenco, o diretor Zack Snyder deu a cada ator uma cópia do roteiro e outra da graphic novel Watchmen. Posteriormente, já durante as filmagens, Snyder permitiu que os atores levassem ao set a graphic novel e reescrevessem eles próprios seus diálogos.
  5. Tales of the Black Freighter é baseado na história em quadrinhos exibida dentro de Watchmen, sendo lançado em DVD na mesma época em que Watchmen for lançado nos cinemas dos Estados Unidos.

Ficha Técnica
  • Título: Watchmen - O Filme.
  • Gênero: Ficção científica, Drama, Ação.
  • Direção: Zack Snyder.
  • Elenco: Stephen McHattie, Carla Gugino, Jeffrey Dean Morgan, Billy Crudup, Matthew Goode, Malin Akerman, Jackie Earle Haley.
  • Duração: 2h42min

Como mencionei no início do texto, agora chegou o momento de falar um pouco sobre o que eu achei do aulão. Atualmente, estou estudando nas minhas aulas de filosofia questões sobre ética e moral e por mais que pareça ser algo extremamente fácil, por trás dessas duas palavrinhas está uma incrível e complexa rede de pensamento. E foi legal ver os três grandes modelos de ética que são apresentados ao longo do Watchmen — Grega, Cristã e Utilitarista  — e relacionar com cada um dos personagens. Por exemplo, o Dr. Manhattan de certa maneira representa a ética cristã  — até por que, se pararmos para analisar ele é praticamente um deus. Ele consegue criar as coisas por si só, é capaz de evitar uma guerra nuclear o que faz dele um ser onipotente; ele também sabe tudo o que se passa no futuro e a capacidade de "estar" em mais de um lugar, o que o torna onipresente e atemporal, assim como Deus.

E é simplesmente genial a questão de "Quem vigia os vigilantes?" Esse pode ser considerado como o grande dilema ético do filme, afinal de contas todos os vigilantes possuem um a moral diferente, então como fazer para escolher algo que valha para todos? Quem escolhe a moral vigente? 

Watchmen foi lançado durante os anos 80, quando a Guerra Fria estava "quente" e existia o risco de um conflito nuclear, então se percebe que utilizaram dessa realidade como inspiração para as histórias. E tendo isso como questão, é curioso o fato do Dr. Manhattan ser azul o que me leva a formular algumas teorias (a) foi uma cor escolhida pelo acaso pelo desenhista (b) poderia ser a ideologia da Guerra Fria nas HQs, uma vez que a cor vermelha indicava os "comunistas malvados" e o azul os "capitalistas bonzinhos", e como o Dr. Manhattan é dos Estados Unidos nada melhor do que a cor azul para o representar (c) ou o desenhista foi apenas um cara que adivinhou algo que levaria mais alguns anos, pois existe uma explicação que comprova o fato de o personagem apresentar a coloração azulada. Quando uma partícula carregada eletricamente (neste caso, os átomos do personagem) atravessa um meio isolante a uma velocidade superior à da luz NESTE MEIO, ela emite radiação eletromagnética que pode ser na faixa visível. Neste caso, a azul.

E diferentemente de outras HQs, Watchmen mostra o super-herói como um indivíduo verossímil, sendo que de todos os vigilantes apenas o Dr. Manhattan possuía poderes de pato. E ao invés de explorar a grandeza dos heróis, acaba sendo feito o contrário, explorando suas fraquezas.

Eu poderia passar boas horas escrevendo sobre o aulão e as coisas que eu aprendi nele, mas isso iria resultar em um texto longo e cansativo de se ler, então o que me resta é apenas agradecer para a coordenação da escola por ter organizado essa aula, além da minha professora de história e do meu professor de filosofia que se disponibilizaram para estarem ali em um dia de sábado. Com certeza eu consegui adquirir informações importantes que eu vou levar junto de mim até o final da minha vida.

Resenha: Sempre ao Seu Lado


Título: Sempre ao Seu Lado
Autor(a): Rachel Gibson
Editora: Jardim dos Livros
Número de páginas: 242
Classificação: 3/5

Em um outro post aqui no blog eu deixei claro que tinha me tornado uma grande fã da Rachel Gibson e de seus livros, sendo assim eu procurei comprar e ler todos esses livros (ainda falta adquirir "Daisy Está na Cidade") e, no momento, o que eu mai encontrei dificuldade para comprar foi "Sempre ao Seu Lado". Todas as vezes que eu ia na Leitura não conseguia achar o exemplar do livro, mas o que acabou me salvando foi a minha tia que conseguiu achar o livro e me deu de presente de Natal.
"Considerado pelos leitores um dos melhores romances escritos por Rachel Gibson, "Sempre ao seu lado" narra a história de Maddie Jones. A personagem volta à cidade onde nasceu, com pretexto de concluir seu livro, um thriller policial com todos os ingredientes de um bom suspense, duplo homicídio e traição, em uma trama envolvente. O que ninguém sabe é que os fatos são verídicos, e boa parte foi descrita no diário de sua mãe, assassinada junto com seu amante. Maddie Jones está determinada a descobrir o passado sórdido da cidade. No entanto, ela não conta com a possibilidade de se sentir atraída por Mick Hennessey, filho da mulher traída."
O livro conta a história de Maddie Jones — que também utiliza o pseudônimo de Maddie Dupree nos livros em que ela escreve —, uma escritora de 34 anos que escreve livros do gênero romance policial, histórias baseadas em crimes reais. Ela é uma mulher bastante independente e que está de volta à cidade de Truly, Idaho a fim de escrever um livro baseado no assassinato de sua mãe Alice Jones que ocorreu há 29 anos naquela cidadezinha.
"Não, Maddie não tinha interesse no amor de um homem. O corpo era outra coisa, e ela queria um namorado ocasional. Um homem para vir várias vezes por semana para fazer sexo. Ele não precisava ter um papo brilhante. Na verdade, ele nem precisava levá-la para jantar. Para ela o homem ideal só precisava levá-la para a cama, depois ir embora (…)”   
Aos 24 anos de idade Alice Jones era uma mulher bastante atraente que havia tomado a decisão de ter e de criar a sua filha sozinha, sem um homem ao seu lado. E depois de ter se mudado para Truly não demorou muito para que ela se envolvesse em um caso extraconjugal com o atraente Loch Hennessy, afinal de contas, como era possível alguém resistir um homem como aquele? Não tinha como. E por se tratar de uma cidade pequena não demorou muito para que os boatos se espalhassem ao ponto de Rose Hennessy, a mulher traída. E que movida pelo ciúme e pela paixão acabou matando os amantes e si mesma logo em seguida. Essa foi uma história que marcou a vida dos cidadãos de Truly, principalmente, os filhos de todos os envolvidos.

Depois de tamanha fatalidade Maddie passou a morar sob a guarda de sua tia, e somente agora, 29 anos depois ela está pronta para revirar essa parte de seu passado. E para ajudá-la Maddie conta com alguns diários pessoais de sua mãe, que entre os vários assuntos que ela escrevia estava lá registrado o seu envolvimento com Loch Hennessy.

Contudo, Maddie não foi a única que acabou perdendo alguém no meio de toda essa tragedia. Rose e Loch deixaram dois filhos pequenos: Meg e Mick Hennessey, que tiveram suas vidas desde então marcadas por aquela tragédia. Por Truly ser uma cidade pequena, todas as pessoas praticamente sabiam do caso ocorrido e esquecer-se de tal fato parecia ser praticamente impossível, o que fez com que os dois garotos crescessem tendo de conviver com a reputação acarretada pelo crime passional que Rose cometeu.  Meg acabou se tornando uma pessoa um tanto quanto frágil e mãe de um garoto adorável chamado Travis. Já Mick, acabou se tornando um cara fechado que banaliza a ideia de algum dia se envolver em um relacionamento sério com alguma mulher, e assim como seu pai ele é um cara extremamente irresistível.
"Você é a última mulher que eu deveria desejar. E é a única que eu não consigo parar de pensar."
E do mesmo modo que Alice não foi capaz de resistir aos encantos de Loch, Maddie também não deixa de se sentir encantada por Mick, apesar de saber que não deveria se envolver justamento com o filho da assassina de sua mãe. Constantemente ela precisa se relembrar daquele fator importante, além de que está em Truly apenas por um tempo determinado até conseguir todas as informações que precisa para escrever o livro baseado no assassinato de sua mãe.

Mas não demora muito para que Maddie perceba que está apaixonada pelo Hennessy, e assim ela se encontra em uma encruzilhada em sua vida: continuar com o seu trabalho, ou contar para Mick que na verdade ela se chama Maddie Jones e os seus reais motivos para estar em Truly.
"Nunca sentira nada assim. Um tipo de amor que causava aquela sensação no estômago e aquele comichão na pele. Que a fazia querer segurar para sempre a mão dele, e se pregar no corpo dele, de forma que não soubesse mais onde seu corpo terminava e o dele começava"
E como em todos os livros da Rachel, as capas são uns amores e "Sempre ao Seu Lado" não é uma exceção à  regra. E de todos os livros que eu já li da Gibson esse foi o que a leitura mais demorou para fluir, só lá pela página 80 que eu fui ficando animada com a história e a partir dai a leitura deslanchou. A trama foi bem bolada, misturando alguns acontecimentos do passado com o presente de uma forma e clara do leitor entender o que está acontecendo em determinado momento. E o foco principal do livro está no relacionamento entre Maddie e Mick, e o livro que ela está escrevendo sobre sua mãe está mais para um plano de fundo da história, apesar de ser algo que apresenta tamanha importância no decorrer das coisas.

E foi bastante divertido rever a Delaney e o Nick Allegrezza, dois personagens que apareceram no livro"Loucamente Sua", me divertir tanto com esses dois na leitura do livro que foi muito bom vê-los novamente em "Sempre ao Seu Lado".

Apesar da demora para o livro me envolver e de diversos erros ortográficos, a leitura em si acabou sendo muito boa e como sempre a Rachel Gibson não me decepcionou. No geral eu recomendo a leitura de "Sempre ao Seu Lado" para as pessoas que estão a procura de algum passatempo, e também para as pessoas que são fãs de romance.

E somete ao final da leitura de "Sempre ao Seu Lado" eu descobri que ele faz parte de uma série comporta de quatro livros. Uma série de livros independente que você pode ler fora de ordem.
1. Sex, Lies, and Online Dating — Livro da Lucy.
2. I'm In No Mood For Love (Sem clima para o amor) — Livro da Claire.
3. Tangled Up In You (Sempre ao seu lado) — Livro da Maddie
4. Not Another Bad Date — Livro da Adele.

Só pra você saber

É um fato que eu sou uma pessoa tímida, fechada, que tem um pouco de dificuldade em fazer novas amizades ou até mesmo falar sobre os meus sentimentos. Sou o tipo de pessoa que guarda tudo para si mesma, e só depois de um tempo resolve confidenciar os segredos para alguns poucos amigos — ocasiões bem raras que acontecem de tempos em tempos. Um exemplo disso é que são muito os poucos os posts aqui no blog que eu esteja escrevendo algo relacionado aos meus sentimentos, acho que ao todo são apenas três ou quatro textos assim.

Contudo, ultimamente venho tentando reunir um bocado de coragem para escrever sobre um sentimento particular. Se falar pessoalmente sobre isso com os meus amigos já é um verdadeiro desafio, publicar um bocado do meu intimo na internet parece ser algo bastante intimidador para uma pessoa tímida como eu. Mas ao para analisar essa ideia percebi que boa parte das pessoas que acompanham o meu trabalho não me conhecem pessoalmente, e às vezes é mais fácil desabafar com um estranho do que com alguém que te conhece há anos. Um estranho não conhece a história de sua vida para julgar suas ações, e muitas vezes acabam dando concelhos bem mais eficientes do que uma pessoa que te conhece. E, além disso, outro motivo que me impulsionou a escrever esse texto é que eu sei que a pessoa nunca vai chegar a lê-lo. 

Finalmente eu me esqueci de você! Nossa história não foi muito longa e nem teve um final feliz, admito que às vezes me pegava pensando o que poderia ser da gente caso eu tivesse tomado outras ações, e não podia evitar de me sentir mal quando via você com outras garotas. Para mim o que tivemos juntos tinha um significado especial. Essa época para mim pode ser definida por uma única palavra: tortura. Era torturante ver você agindo como se não me conhece, como se seu tivesse sido apenas mais uma em sua longa lista. E durante muito tempo eu sofri calada, guardando a minha tristeza apenas para eu mesma e dizendo "Eu estou bem" quando os outros perguntavam como eu estava.  

Mas agora, tenho o prazer que eu me esqueci de você. Foi algo demorado, mas eu finalmente esqueci. Coloquei em minha mente que eu deveria ter mais amor próprio, deixar de sofrer par alguém que nem ligava para mim. E foi isso que eu fiz. Agora já não me importo com que você faz ou deixa de fazer, como você está ou com quem você anda. Tudo isso já não me importa mais. E essa sensação de ter te esquecido é muito boa, senti um enorme orgulho de mim mesma por ter te superado e a minha vida parece ter melhorado cada dia mais. Sinto como se tivesse tirado um enorme peso das minhas costas. Finalmente consegui me livrar de algo que não fazia bem para mim há tempos, finalmente arranquei você do meu coração e da minha mente. Sofrer por você isso nunca mais. Adeus. Goodbye. Adiós. Au Revoir. Auf Wiedersehen. Arrivederci. Que você se mantenha fora da minha vida eu estou bem melhor com você longe de mim, como algumas pessoas dizem "Antes só do que mal acompanhado".

Agora eu tenho novas metas e planos que não incluem você, nem mesmo nos meus pensamentos ou no meu subconsciente. Agora estou de olho em outro alguém. Alguém que acabou entrando na minha vida sem pedir permissão, e que há alguns dias vem tomando boa parte dos meus pensamentos e ideias. É simplesmente inevitável não deixar de pensar no que pode acontecer ou do que não vai, e mesmo sabendo que esse é um péssimo hábito uma vez que eu posso acabar me decepcionando caso algo não acabe saindo do modo que eu imaginava ou esperava. Às vezes a minha imaginação acaba sendo a minha pior inimiga.
Não sei ao certo o que eu vi nele, acho que acabou sendo um conjunto de coisas: o modo meio misterioso que ele parece ter, o olhar penetrante ou o perfume do qual eu tanto gosto. Sei que é meio patético me sentir desse jeito: sempre ficando nervosa quando ele está perto de mim, às vezes perco a fala quando estou perto dele e diversas vezes passo bons minutos formulando uma sentença em minha mente apenas para conseguir conversar com ele.

E no momento eu não me importo se essa relação continuar platônica, e não me importa o que vai ser do futuro. Ao assistir uma das minhas séries favoritas (Grey's Anatomy), eu aprendi uma grande lição que quero levar junto de mim ao longo da minha vida "Ser feliz hoje é mais importante do que ser feliz pra sempre." Não me importo se estou solteira, namorando ou ficando com alguém, eu apenas quero ser feliz, e não depender de homem para qualquer coisa na minha vida.

Não a nada melhor do que o amor próprio, e isso é um outro fato. 

Resenha: Garoto Encontra Garoto

















Título: 
Garoto Encontra Garoto
Autor(a): David Levithan
Editora: Galera Record
Número de páginas: 240
Classificação: 4/5

Antes de tudo gostaria de pedir desculpas pela minha inatividade nesses últimos dias, não sei se muito já sabem, mas esse ano eu estou cursando o terceiro ano, além das aulas de direção. Tudo está muito corrido e nem sempre eu encontro a disposição suficiente para sentar no computador. Mas decidi que vou me esforçar para estar o máximo presente aqui no blog, e mais uma vez gostaria de me desculpar pelo sumiço.

Sempre escutei várias pessoas comentando esse livro, e depois de assistir um vídeo (infelizmente não consegui achá-lo para colocar o link aqui) onde alguns blogueiros e vlogueiros famosos estavam lendo trechos de "Garoto Encontra Garoto", e foi assim que eu me encantei com o livro e resolvi lê-lo. Como o Natal é o sinônimo de ganhar livros (valeu, Laura. Obrigada pelo presente. Apesar das brigas constantes você é uma ótima irmã), não demorou muito para que eu realizasse esse meu desejo de adquirir o livro. E acabei devorando o mesmo rapidamente durante a minha vigem de Curitiba-Gramado.
"Garoto Encontra Garoto - Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!"
O livro é narrado em primeira pessoa e conta a história de um jovem adolescente chamado Paul. Desde pequeno sempre soube que era gay (algo que descobriu que estava ainda no primário devido a observação de sua professora, mas isso nunca fez com que ele se sentisse inferior ou superior à ninguém), possui uma boa relação com seus pai e que estuda em uma escola que está longe de ser algo convencional, afinal de contas algumas líderes de torcidas são lésbicas e jogadores de futebol são transexuais.

Em um belo fim de semana os dois melhores amigos de Paul: Jony e Toni o convidam para ir a um show de um conhecido que vai acontecer na livraria local da cidade de onde moram. E é nesse ambiente que Paul conhece um garoto que acaba chamando sua atenção, é um garoto novo na cidade que se chama Noah, e que por coincidência também está matriculado na mesma escola do que a de Paul, além de ambos estarem no mesmo ano. Isso facilita para que uma rápida conexão acabe se estabelecendo entre eles, ao ponto de irem um na casa do outro e compartilharem um pouco de suas experiências que tiveram em relacionamentos anteriores.
"São nove da noite de um sábado de novembro. Joni, Tony e eu estamos na cidade. Tony é da cidade vizinha e precisa sair. Os pais dele são extremamente religiosos. Nem importa qual é a religião; são todas iguais em determinado ponto, e poucas querem um garoto gay passeando com os amigos em um sábado à noite."
Por mais que Paul conheça Noah há pouco tempo não demora muito para ele reconhecer que está apaixonado por ele, que o está o amando. Tudo parece estar perfeito entre eles, porém algo que ninguém poderia prever era a reaproximação do ex-namorado de Paul, um garoto chamado Kyle que terminou alegando que na verdade gostava de meninas, mas que atualmente está revendo suas atitudes e está com vontade de voltar com Paul. Como era de se esperar, essa revelação acabou deixando Paul um tanto quanto confuso, e isso foi o bastante para abalar o início do relacionamento entre Paul e Noah.
“Sei que ele não vai ser maravilhoso o tempo todo, porém há mais maravilha nele do que em qualquer outra pessoa que já conheci. Isso me faz querer ser maravilhoso também.” 
E para concertar as coisas ele conta com a ajuda de seus amigos, e ainda tem de lidar com alguns outro problemas, como ajudar a organizar o baile da escola junto do quarterback do time de futebol a Infinite Darlene; tentar ajudar o ex-namorado de Joni a superar o fim do relacionamento; deixar claro para Kyle que agora ele está gostando de outro e ainda tenta ajudar o máximo possível o seu amigo Tony — ele vive na cidade  vizinha, tem de lidar com pais super religiosos e que não sabem que ele é gay.
“A parte de mim que sente saudades de Noah agora existe em Tony também. A diferença é que a saudade dele não tem nome nem rosto.
— Um dia seu príncipe vai chegar.
— E a primeira coisa que vou dizer pra ele é "Por que você demorou tanto?'.” 
A leitura de "Garoto Encontra Garoto" é bastante rápida, tanto é que bastaram apenas algumas horas para que eu tivesse acabado o livro. E uma das coisas que eu achei mais interessante foi a temática abordada por David Levithan, em mostrar personagens gays, bissexuais, transexuais... Algo que está presente na sociedade em que vivemos, mas muita vezes acabam sendo ignorados, além do grande preconceito que ainda existe em relação a isso. Além de o livro contar uma ótima história, ele possuiu um papel muito maior ao se tratar da representatividade que ele representa para várias pessoas.