Liberte-se

Imagem do Pinterest
li·ber·da·de (latim libertas, -atis) 
substantivo feminino 
1. Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem. 
2. Condição do homem ou da nação que goza de liberdade. 
3. Conjunto das .ideias liberais ou dos direitos garantidos ao cidadão. 
4. [Figurado] Ousadia. 
5. Franqueza. 
6. Licença. 
7. Desassombro. 
8. Demasiada familiaridade. "liberdade".

Eu podia jurar que te conhecia. Achava que sabia quais eram os seus medos, inseguranças, desejos e sonhos. Eu te considerava como a minha confidente, que podia contar com você para tudo que acontecesse, e acreditava que isso era um sentimento reciproco. Sempre que alguma coisa de errada acontecia eu te procurava para desabafar e sempre estive de braços abertos para te ajudar no que fosse preciso. 

Porém, o que eu não podia imaginar era que eu estava vivendo uma grande ilusão.

Não vou ficar escrevendo e prolongando sobre os problemas que aconteceram durante a nossa amizade, até por que eu não sei se uma atitude diferente poderia ter mudado o rumo das coisas. Minha mãe costuma a dizer que Deus escreve certo em linhas tortas, talvez isso era algo que iria acontecer em determinado momento. O jeito é aceitar, depois de muita relutância, que isso chegou ao fim.

Sim, nossa amizade chegou ao fim.

Nem adianta falar que eu to sendo dramática ou que eu estou exagerando. É melhor encarar a verdade, por mais que ela machuque muito, do que ficar vivendo uma ilusão e acreditando que as coisas iriam voltar a ser como antigamente. Nossa amizade tomou um rumo sem volta e concerto, o jeito é aceitar isso. Pense nisso como o processo de tirar um band-aid: no início doí bastante, mas depois a dor passa. 

Apesar de tudo que aconteceu eu não guardo nenhum rancor. Tenho em minhas memórias as boas recordações do tempo que passamos juntas, das risadas que demos, nas encrencas em que nos metemos e das ideias malucas que a gente tinha. Por mais que passamos por uma fase ruim nesse último ano, não acho que compensa apagar todas as boas memórias e bons momentos que passamos juntas. Seria hipocrisia minha ignorar que um dia você já foi muito importante na minha vida.

É com a consciência tranquila que eu to colocando um fim nessa relação. Vai ser melhor pra todo mundo. Espero que você seja feliz e todas essas coisas boas que as pessoas desejam umas para as outras. Enquanto a mim, pode ficar tranquila que eu vou ficar bem. Ou melhor, eu já estou bem. Fiz novas amizades, me reaproximei de velhos amigos e sinto que estou vivendo uma das melhores fases da  minha vida.

Resenha: O Garoto Está de Volta

Título: O Garoto Está de Volta
Autor(a): Meg Cabot
Editora: Galera Record
Número de páginas: 352
Classificação: 3/5
Comprar: Amazon

Meg Cabot é uma das minhas autoras favoritas. Eu cresci lendo seus livros e me apaixonando por cada um de seus personagem, por cada uma de suas histórias.  Independente do tempo que passe eu vou continuar comprando os seus livros e relendo algumas histórias antigas, pois o meu amor pela Meg é infinito. E depois de tantos anos filialmente resolvi dar continuidade a coleção Garoto (O Garoto da Casa ao Lado, Garoto Encontra Garota, Todo Garoto Tem e O Garoto Está de Volta). Foi uma verdadeira sensação de nostalgia poder estar em contato novamente com esse trabalho da autora.

"Reed Stewart pensou que todos os problemas da cidade pequena – incluindo um coração partido – haviam ficado para trás quando ele abandonou Bloomville, Indiana para se tornar um rico e famoso profissional do golfe. Até um post na internet ressuscitar todas as suas inseguranças de adolescente e levá-lo de volta à pequena cidade natal. Becky Flowers investiu tempo e recursos para se tornar uma bem-sucedida profissional do ramo de realocação de idosos. Mas ela trabalhou ainda mais duro para esquecer que Reed Stewart sequer existia. Ela não tinha, absolutamente, a menor intenção de revê-lo, agora que ele voltou. Até a família do garoto a contratar para ajudar na mudança dos pais."

O livro narra a história de Becky Flowers e Reed Stewart. Os dois namoraram durante a época do ensino médio, mas um incidente no dia da formatura fez com que os dois se separassem. Reed deixou sua cidadezinha natal e dedicou-se ao golfe, tornando-se um famoso jogador profissional. Enquanto Becky, ela acabou trabalhando duro para conseguir sucesso com sua empresa que trabalha no ramo de realocação de idosos.

O que poderia acontecer para a vida de ambos se cruzar novamente após 10 anos separados? Tudo começou com um escândalo envolvendo os pais de Reed, que fez com que o jogador de golfe voltasse para sua cidade natal com o objetivo de ajudar sua família a resolver esse problema. Um encontro entre Reed e Becky acaba sendo inevitável devido a constante interferência de Carly, sua cunhada que está determinada a ver Reed voltar com a ex-namorada do colegial. Além disso, a empresa de Becky que é a responsável para ajudar na mudança dos pais de seu ex-namorado.

"Qual é o meu problema? Na verdade, eu sabia qual era o problema. Era Reed Stewart, que estava de volta (pelo menos em espirito) para estragar minha vida. DE NOVO."
Devido ao passado de ambos, é quase impossível não sentir uma leve atração, sem contar que é como se as velhas lembranças voltassem para os assombrar. Por mais que tente se manter afastada de Reed, isso parece ser uma tarefa muito complicada para Becky. É como se ele o seguisse para onde quer que ela fosse. Por mais que uma reconciliação seja muito tentadora, Becky não é capaz de se esquecer dos problemas que levaram ao término deles há 10 anos.

Contudo, a aproximação entre Reed e Becky acaba sendo fundamental para desvendar alguns mistérios envolvendo os patriarcas da família Stewart e de seus membros. Será que os pais de Reed realmente estão ficando com a mente debilitada como todos especulam? Ou será que algo de mais grave está acontecendo na casa da família Stewart?

"Ai, Deus. Isso vai ser um desastre ainda maior do que eu esperava."

Assim como os outros livros da série Garotos, o desenvolvimento de "O Garoto Está de Volta" se dá através por troca de e-mails, mensagens e até mesmo algumas postagens de blog. Ao mesmo tempo em que isso cria um clima nostálgico, por manter a mesma fórmula dos volumes anteriores, também tem o fato negativo que não consegue desenvolver os personagens muito bem. Todas as informações estão contidas apenas nas mensagens trocadas, não há algo que vai além disso. A Bruna de 13 anos teria amado o livro completamente, mas, agora, sinto que esse modelo de escrita acaba prejudicando um pouco no desenvolvimento.

Devido a minha experiência com as leituras anteriores eu estava com muitas expectativas para "O Garoto Está de Volta", mas acabei me decepcionando um pouco. Por mais que foi uma sensação um pouco nostálgica,  eu estava esperando me divertir mais assim como tinha me divertido com as leituras anteriores. Contudo, acho que esse fator se deu devido a minha idade. Atualmente o meu gosto literário mudou um pouco em comparação a quando eu era adolescente, então não é como se isso fosse um defeito exclusivamente do livro.

Resenha: Só os Animais Salvam

Título: Só os Animais Salvam
Autor(a): Ceridwen Dovey
Editora: DarkSide Books
Número de páginas: 240
Classificação: 3/5
Comprar: Amazon

Como de costume a minha Laura, do blog Nostalgia Cinza, só indica livros maravilhosos e isso não foi diferente com "Só os Animais Salvam". Depois de procurar pela obra em todas as livrarias da cidade onde eu moro, uma das minhas melhores amigas me deu o livro de aniversário e eu não poderia ter ficado mais feliz com isso (muito obrigada, Marina). Espero que vocês gostem da resenha e que se interessem por esse livro maravilhoso.

"Nós, humanos, nos achamos o máximo. Mas o que temos feito com o nosso mundo? "Só os Animais Salvam" é um livro que tenta responder a essa pergunta de maneira inusitada. Cada um de seus contos é uma fábula moderna, narrada por um bicho diferente, vítima de uma de nossas incontáveis guerras. Em meio ao caos, os animais conseguem encontrar esperança e inspiração numa das atividades mais significativas que nossa espécie já criou: a literatura. Ceridwen Dovey reúne fragmentos e personagens da obra de escritores imortais e nos faz sonhar o sonho dos inocentes. Só os animais salvam."

O livro é dividido em dez contos, cada um retratando a alma de 10 animais diferentes: camelo, gata, chimpanzé, cachorro, mexilhão, tartaruga, elefante, urso, golfinho e papagaio. Cada animal, que viveu e morreu, narra a sua respectiva história que se relaciona com algum tipo de conflito causado pelos homens como, por exemplo, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial ou a Guerra Fria. Em cada conto, é mostrado para o leitor que, de alguma forma, o ser humano sempre acaba interferindo ou sendo causador de uma adversidade que prejudica esses animais. 

Um fator interessante durante a leitura, é o fato de que a autora do livro citou trechos e falas de outros autores que também escreveram sobre animais. Ceridwen Dovey cita nomes famosos como George Orwell, Virginia Woolf, Tolstói, Sylvia Plath e José Saramago. Além disso, no final do livro o leitor pode encontrar informação sobre todos os autores que a Ceridwen usou como referência nos contos.

"Sorri. Era um ótimo raciocínio. "Quando morremos, nossas almas vão surgir juntas no céu", falei, sem responder exatamente a sua pergunta. "Sempre olharemos por vocês." 
Naquela noite, ouvimos os humanos lutando uns contra os outros com suas tecnologias  de fogo, em algum lugar da fronteira sul de nosso parque".
Como de costume só tenho elogios para fazer para a diagramação da editora DarkSide Books, que sempre demonstra ter um grande cuidado de seus livros. A capa é simplesmente maravilhosa e a parte interna do livro também é muito bonita, sempre apresentando o desenho da silhueta de cada animal. Foi um trabalho sensacional!

Uma das  únicas partes negativas da leitura foram alguns contos que, na minha opinião, foram meio confusos. No início da leitura eu estava um pouco confusa, não sabia ao certo se era um animal ou um humano que estava narrando a história. Levou um tempo para que eu me acostumasse com essa dinâmica do livro, sem contar que eu precisei reler alguns contos mais de uma vez para conseguir compreendê-los. 

"Humanos podem ter consciência de seus pensamentos; nós temos consciência de nossa respiração. É facílimo optar pela morte quando cada fôlego é uma questão de escolha. Não sou o primeiro golfinho a se suicidar, tampouco serei o último. Levamos a sério o assassinato de um humano".

A leitura de "Só os Animais Salvam" é muito delicada e é capaz de emocionar a qualquer um. Estamos acostumados com a visão dos homens a cerca dos conflitos que já aconteceram na humanidade. Não há nada de inovador em contar uma história que se passa durante a Primeira ou a Segunda Guerra Mundial, por exemplo. Ceridwen dá uma inovada ao retratar o olhar de cada animal e essa é a parte que emocionam, pois se tratam de criaturas com um coração tão puro e que sofreram tanto devido a ações dos homens. 

Meus Contos Favoritos:
1) Alma de Elefante
2) Alma de Papagaio 
3) Alma de Golfinho
4) Alma de Gata
5) Alma de Tartaruga

Resenha: O Resgate No Mar — Parte 1 (Outlander #3)

Título: O Resgate No Mar: Parte 1
Autor(a): Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 592
Classificação: 4/5
Comprar: Amazon

Quem me conhece ou que acompanhava o meu blog há alguns meses, já deve ter percebido que eu sou uma grande fã da série criada por Diana Gabaldon (tantos dos livros quanto da série de TV produzida pela Starz), então estou aqui novamente para resenhar o terceiro volume da saga Outlander. Espero que vocês gostem da resenha e que se apaixonem pela história de amor do Jamie de da Claire, da mesma maneira que eu acabei me apaixonando.

"Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor de sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que retornou à sua própria época, ela sempre pensou que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden.
Agora, em 1968, Claire descobre, com a ajuda de Roger Wakefield, evidências de que seu amado pode estar vivo. A lembrança do guerreiro escocês não a abandona… seu corpo e sua alma clamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois.
Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.
As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?"

Escócia, 1968
Após descobrir que Jamie Fraser não morreu na Batalha de Culleden, como pretendia que ocorresse, Claire Randall/Fraser começa a pensar na possibilidade de tentar o encontrá-lo novamente. Por mais que isso seja um de seus maiores desejos, uma vez que o guerreiro escocês foi o grande amor de sua vida, a situação não é tão simples como aparenta. Para começar. é preciso juntar as evidências necessárias para descobrir sobre o paradeiro de Jaime, e para essa difícil tarefa, Claire conta com a ajuda do jovem historiador Roger Wakefield.

Outro fator a ser considerado por Claire é deixar a sua vida em Boston, sua carreira como médica e, principalmente, sua filha Brianna (fruto de seu relacionamento com Jamie) para trás. Voltar para o passado é um caminho sem volta, uma vez que as viagens temporais começaram a se tornar perigosas, podendo colocar sua vida em perigo.

Sem contar que sua cabeça está cheia de dúvidas. E se Jamie tiver se apaixonado novamente? Se ele estiver casado? Ou se ele tiver a esquecido? Por mais que odiasse pensar em tais hipóteses, não podia ignorá-las em sua mente. Vinte anos tinham se passado desde que vira o escocês pela última vez, quando atravessou pelo portal de Craigh na Dun, o famoso círculo de pedras, de forma que muitas coisas poderiam ter acontecido durante aquele período de tempo. Assim como ela havia retomado o seu casamento com Frank Randall, tentado seguir a diante com sua vida, Jamie também poderia ter feito o mesmo.

Claire se vê diante de um grande impasse: largar a vida que acabou construindo para si, sua filha, seus amigos e seu trabalho para reviver um grande amor do passado; ou deixar Jamie para trás, assim como as hipóteses do que poderia ter acontecido caso o reencontrasse novamente.

"—E se... — disse, e um nó na garganta me fez parar outra vez.
— E se o tempo corre em paralelo, como achamos que acontece... — Roger parou, também, olhando para mim. Em seguida, seus olhos voltaram-se para Brianna. 
Ela ficara terrivelmente pálida, mas tanto os lábios quanto os olhos permaneciam firmes, e seus dedos estavam quentes quanto tocou minha mão. 
— Então você pode voltar, mamãe — disse ela baixinho. — Você pode encontrá-lo."
Escócia, 1776
A vida nas Terras Altas nunca pode ser considerada como fácil, principalmente, para o jovem guerreiro escocês Jamie Fraser. Há 20 anos, ele participou da Batalha de Culleden e na época pretendia morrer lutando ao lado de seus companheiros. Aquele era o seu plano. Contudo, algumas coisas não saíram como o previsto e ele acabou sobrevivendo.

Viver pode ser considerado como um grande privilégio para muitas pessoas, mas não para Jamie durante o período do pós-guerra. Afinal de contas ele se encontrava separado de sua esposa, havia presenciado a morte de alguns de seus amigos e companheiros, e durante os anos que se passaram viveu como um completo fugitivo (nem mesmo podia passar muito tempo ao lado de sua família e em sua casa). A solidão que sentia era tanta que se deixou ser capturado pelos ingleses, sabendo que a recompensa por sua captura iria ajudar a sua família.

A vida em uma prisão não pode ser a mais agradável de todas, mas com o passar do tempo Jamie se tornou o líder dos prisioneiros, o meio de comunicação que eles tinham entre o Diretor e os presos. Por ser um homem carismático, inteligente e educado, o escocês desenvolveu uma amizade com o Major John William Grey. Tal amizade foi fundamental para que mais tarde Jamie conseguisse um trabalho na propriedade dos Dunsany, na Inglaterra.

Depois de anos afastado da Escócia, devido ao seu trabalho na propriedade inglesa, chegou o momento de deixar a vida que levava na Inglaterra para trás. A saudade de sua família, de sua terra natal era muito grande, sem contar que não era aconselhável que Jamie permanecesse em Dunsany, pelo menos não se quisesse arrumar mais problemas para si mesmo. E durante todos esses anos mesmo tendo conhecido outras pessoas, conhecido outros lugares, Jamie nunca deixou de se sentir incompleto devido a ausência de Claire em sua vida, era como se um pedaço do seu coração estivesse faltando.

"— Santo Deus, você é real!
— E você também. — Levantei o queixo para fitá-lo. — A-achei que estava morto. — Eu planejara falar descontraidamente, mas minha voz me traiu. As lágrimas rolaram pelo meu rosto, para logo molhar o tecido rústico de sua camisa quando ele me puxou com força para ele. 
Eu tremia tanto que algum tempo se passou até eu perceber que ele tremia também, e pela mesma razão. Não sei quanto tempo ficamos ali sentados no chão, chorando nos braços um do outro com a saudade de vinte anos derramando-se pelos nossos rostos."

A narrativa do livro é dividida em duas, alternando-se entre Claire e Jamie, mostrando como eles fizeram para seguir a diante com suas vidas depois que se separaram no final de "A Libélula no Âmbar", o segundo volume da série. Chega a ser emocionante toda a trajetória pela qual ambos passaram, e em sua escrita Diana Gabaldon  deixa claro quanto eles sofreram por estarem separados. Mesmo tendo se passado tantos anos eles nunca esqueceram um do outro, nunca deixaram de se amar por todo esse tempo. Também é interessante perceber que tanto Claire quanto Jamie mudaram com o passar dos anos, mas a essência dos personagens continua a mesma.

Esse foi um dos volumes mais emocionantes de toda série, até o momento. Minha única crítica negativa é em relação ao livro ter sido dividido em parte 1 e 2 (quanto terminei a primeira parte fiquei com um gostinho de quero mais, além de uma enorme curiosidade sobre o que viria a seguir. Foi angustiante ter de esperar para comprar o segundo livro para saber como terminava "O Resgate No Mar"). Sei que alguns livros enormes podem assustar alguns leitores inicialmente, mas acho que teria sido melhor se tivessem reunido tudo em um único volume.

Lady Bird: A Hora de Voar (Crítica Sem Spoiler)

"Christine McPherson (Saoirse Ronan) está no último ano do ensino médio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Enquanto sua hora não chega, no entanto, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a progenitora."

Christine "Lady Bird" McPherson (Saoirse Ronan) é uma jovem que está terminando o ensino médio em uma escola religiosa e começa a passar por uma crise existencial, chegando adotar o apelido "Lady Bird" com a justificativa de que seu nome de nascença não lhe agrada. Como conviver com uma crise não é algo fácil,  ela ainda tem de lidar com a pressão de passar em uma boa faculdade.

O desejo de Lady Bird é poder cursar uma faculdade que fique o mais longe possível de sua cidade natal, Sacramento. Contudo, ela sabe muito bem que não possuiu condições de passar numa faculdade da elite, mas acredita que pode conseguir encontrar uma faculdade descente em Nova York. A única pessoa que parece lhe entender é sua melhor amiga, Julie (Beanie Feldstein). Já o relacionamento com sua mãe... bem, as coisas não são fáceis entre as duas. O relacionamento de Lady Bird com sua mãe pode ser considerado como conturbado, uma vez que quase toda conversa entre as duas termina em uma discussão.
"Lady Bird: A Hora de Voar" é um filme que retrata uma história de amadurecimento, mas está longe de ser dessas histórias padrões que já estamos acostumados. O filme foge de clichês, apresenta atuações memoráveis e tem uma grande autenticidade. Um grande destaque foi a atriz Saoirse Ronan, que entregou uma personagem muito interessante (assim como os relacionamentos que a mesma possui envolvendo os garotos, a sua amizade com Julie e as constantes brigas com sua mãe). Ronan deu um verdadeiro show em sua atuação, e mesmo não tendo levado o Oscar de Melhor Atriz, ela conquistou um espaço no meu coração;

O longa apresenta para o seu público uma experiência comovente, divertida e muito realista. É importante ressaltar que a diretora de "Lady Bird - A Hora de Voar" também nasceu  em Sacramento, estudou em uma escola católica apenas para meninas e também teve uma adolescência meio rebelde. Por mais que esse não seja um filme autobiográfico, certamente Greta colocou uma pouco de sua vivência pessoal nesse trabalho.
Ficha Técnica
Título: Lady Bird - A Hora de Voar
Direção: Greta Gerwig
Duração: 1h35min
Gênero: Drama, Comédia
Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges, Timothée Chalamet, Beanie Feldstein, Lois Smith e Sephen Henderson

Curiosidades:
1) A diretor Greta Gerwig revelou que o primeiro rascunho de seu roteiro tinha 350 páginas, o que equivaleria a um filme de quase seis horas de duração.
2) Por sugestão da diretora, Saoirse Ronan não escondeu algumas imperfeições de sua pele, como acne, no filme.
3) Após seu lançamento, o longa ficou entre os filmes mais bem revisados de todos os tempos no Rotten Tomatoes, um agregador de críticas e resenhas cinematográficas de vários veículos norte-americanos, chegando até mesmo a quebrar o recorde de Toy Story 2 (1999), um dos filmes com o maior nível de aprovação no site.
4) Greta Gerwig revelou em uma entrevista que teve uma adolescência bem menos rebelde que a de sua personagem.
5) O filme se passa entre 2002 e 2003, período em que Greta Gerwig estava se formando em seu colégio, o St. Francis Catholic High School, localizado na sua cidade natal de Sacramento.

Resenha: Como Agarrar uma Herdeira (Agentes da Coroa 1#)

Título: Como Agarrar uma Herdeira
Autor(a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 304
Classificação: 5/5
Comprar: Amazon

Quando se trata de romances de época eu não nego que a Julia Quinn é uma das minhas autoras favoritas. Conheci o trabalho dela há anos atrás e até hoje sempre consumo (eu tento, afinal de contas ela vive lançando livros e eu nem sempre tenho dinheiro) os romances que ela escreve. As histórias são tão envolventes, os personagens cativantes que fica difícil me manter afastada de suas obras, ou seja, não pude resistir e comprei o primeiro volume de sua nova série: Agentes da Coroa.

"Quando Caroline Trent é sequestrada por engano por Blake Ravenscroft, não faz o menor esforço para se libertar das garras do agente perigosamente sedutor. Afinal, está mesmo querendo escapar do casamento forçado com um homem que só se interessa pela fortuna que ela herdou.
Blake a confundiu com a famosa espiã espanhola Carlotta De Leon, e Caroline não vai se preocupar em esclarecer nada até completar 21 anos, dali a seis semanas, quando passará a controlar a própria herança milionária. Enquanto isso, é muito mais conveniente ficar escondida ao lado desse sequestrador misterioso.
A missão de Blake era levar “Carlotta” à justiça, e não se apaixonar por ela. Depois de anos de intriga e espionagem a serviço da Coroa, o coração dele ficou frio e insensível, mas essa prisioneira se prova uma verdadeira tentação, que o desarma completamente." 

Na narrativa vamos conhecer um pouco sobre a jovem Caroline Trent, uma jovem órfã que já passou por diversos tutores diferentes. Algo de ruim sempre parecia acontecer, mas nada era comparável ao cair nas garras do terrível senhor Prewit. Esse homem não está interessado no bem estar de Caroline e, sim em sua herança. Com o objetivo de tentar colocar as mãos na fortuna da jovem dama, ele armou um plano para transformá-la na futura Sra. Prewit. Contudo, as coisas não aconteceram da maneira que ele imaginava.

A ideia de fugir de casa pode parecer aterrorizante, ainda mais com um destino incerto para ir, mas, para Caroline Trent essa é melhor opção. Ela só precisa ficar escondida por algumas semanas até completar 21 anos, quando passará a controlar sua própria herança milionária. O quão difícil é se manter escondida? Caroline estava ciente das dificuldades que poderia passar, mas não imaginava que poderia ser confundida e raptada no lugar de uma perigosa espiã: Carlotta De Leon.

"Como era possível que ele parecesse ainda mais belo cada vez que o via? Realmente não era justo. Toda aquela beleza desperdiçada em um único homem. E um homem insuportável, ainda por cima."

O agente do governo, Blake Ravenscroft, estava no rastro da perigosa espiã a muito tempo, de forma que ele ficou contente ao capturá-la; aquele seria o fim dos dias de seus crimes. Inicialmente, Caroline sentiu-se ultrajada por ter sido confundida com uma criminosa, mas, com o passar do tempo começou a olhar o ponto positivo daquela situação. Ela resolveu se passar por Carlotta, aquela era a maneira perfeita de fugir de seu tutor, bastasse que ela não falasse nada durante o tempo que permanecesse em seu cativeiro. Além do mais, o agente Blake é um homem muito atraente.
O plano de passar por passar por Carlotta parece funcionar, aos poucos ela vai convencendo Blake de sua "identidade", mas o plano acaba indo por água abaixo quando Sir James, o Marquês de Riverdale, amigo e parceiro de Blake, chega à propriedade. James já havia se encontrado com Carlotta anteriormente, dessa maneira, quando ele coloca os olhos em Caroline fica claro que algo está errado naquela situação. O disfarce da lady Trent acaba o que gera algumas brigas e discussões. Ela convence Blake de ajudá-la, de não deixar que o seu tutor a encontre. 

"Blake praguejou baixinho. Sabia que estava cometendo um erro. O modo como Caroline sorria para ele, como se realmente acreditasse ser capaz de iluminar os cantos mais distantes do coração dele.... Santo Deus, ela o apavorava."

Amor e ódio; tapas e beijos. Essas são as palavras perfeitas para definir o início da relação entre Caroline e Blake. O homem parece nutrir um ódio mortal pela jovem dama que não consegue ficar calada por muito tempo, e que parece fazer de tudo para irritá-lo. Quem parece se divertir com aquela situação é James, que fica rindo das discussões e situações inusitadas em que os dois se metem, mas ele também reconhece a gravidade do problema que estão lidando: além de não terem capturado a perigosa Cartlotta, eles sequestraram uma jovem inocente que estava tentando fugir das garras de seu terrível tutor.  

Leva um tempo para Caroline e Blake se aproximarem, para perceberem que estavam enganados em relação um ao outro. Caroline não é tão irritante como parece, e Blake tem um coração bom lá no fundo (ele aparentar ser frio e sério, mas trata-se de um homem muito bondoso). Porém, apesar desse novo lado de Blake aparenta ter, o homem carrega uma enorme culpa em suas costas o que lhe impede de entregar-se ao amor novamente.

"Blake inclinou o corpo para a frente e roçou os lábios nos dela com muita delicadeza, no mais suave dos beijos. Não era como se quisesse beijá-la. Precisava beijá-la. Precisava fazer isso do mesmo modo que precisava de ar, água e do sol da tarde no rosto. O beijo foi quase espiritual, o corpo inteiro dele tremeu apenas com o mais leve toque dos lábios dos dois." 

Que livro. Sabe aquela sensação de quero mais? Ainda não superei o fim de "Como Agarrar uma Herdeira" e mal posso esperar para ler os próximos volumes dessa série. Mesmo usando uma técnica parecida em seus romances anteriores, Julia Quinn conseguiu dar uma inovada rompendo os laços com os Bridgertons e os Smythe-Smith (amo  muito essa família, mas eu reconheço que eles já deram tudo o que tinham para oferecer. Escrever mais sobre eles ia ser uma verdadeira enrolação). 

Eu acredito que a Julia vai ter a chance de se renovar com a série Agente da Coroa, e também prevejo alguns livros com um pouco mais de emoção por tratar-se de agentes "secretos" da coroa britânica. Então, mal posso esperar para ler os próximos volumes dessa nova saga. E se você ama romances de época, não pode deixar de ler os livros da Julia Quinn, é quase um obrigação se você gosta desse gênero!