Resenha: Deuses americanos

Título: Deuses americanos
Autor(a): Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 576
Classificação: 4/5

Niel Gaiman é um grande nome na literatura estrangeira, até cheguei a ler alguns dos contos que ele escreveu sobre Doctor Who. Foi preciso certo tempo para eu tomar a iniciativa de ler um de seus livros e quando eu vi "Deuses americanos" foi uma espécie de amor à primeira vista, não consegui resistir ao livro.

"Obra-prima de Neil Gaiman, Deuses americanos é relançado pela Intrínseca com conteúdo extra, em Edição Preferida do Autor.

Deuses americanos é, acima de tudo, um livro estranho. E foi essa estranheza que tornou o romance de Neil Gaiman, publicado pela primeira vez em 2001, um clássico imediato. Nesta nova edição, preferida do autor, o leitor encontrará capítulos revistos e ampliados, artigos, uma entrevista com Gaiman e um inspirado texto de introdução.
A saga de Deuses americanos é contada ao longo da jornada de Shadow Moon, um ex-presidiário de trinta e poucos anos que acabou de ser libertado e cujo único objetivo é voltar para casa e para a esposa, Laura. Os planos de Shadow se transformam em poeira quando ele descobre que Laura morreu em um acidente de carro. Sem lar, sem emprego e sem rumo, ele conhece Wednesday, um homem de olhar enigmático que está sempre com um sorriso no rosto, embora pareça nunca achar graça de nada.
Depois de apostas, brigas e um pouco de hidromel, Shadow aceita trabalhar para Wednesday e embarca em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos, um país tão estranho para Shadow quanto para Gaiman. É nesses encontros e desencontros que o protagonista se depara com os deuses — os antigos (que chegaram ao Novo Mundo junto dos imigrantes) e os modernos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia, as drogas) —, que estão se preparando para uma guerra que ninguém viu, mas que já começou. O motivo? O poder de não ser esquecido.
O que Gaiman constrói em Deuses americanos é um amálgama de múltiplas referências, uma mistura de road trip, fantasia e mistério — um exemplo máximo da versatilidade e da prosa lúdica e ao mesmo tempo cortante de Neil Gaiman, que, ao falar sobre deuses, fala sobre todos nós."

Shadow Moon é um homem que está preso há três anos e mal consegue esperar para conseguir a sua liberdade condicional, que está cada vez mais próxima. Porém, ao ser libertado mais cedo as coisas não acontecem da maneira que ele esperava. Shadow não tem a oportunidade de retornar para sua casa, para os braços de sua esposa, Laura Moon, e dar continuidade para o seu casamento. Ele é obrigado a comparecer a um velório: ao de sua mulher e do seu melhor amigo, eles tiveram um acidente de carro e não conseguiram sobreviver.

Sozinho e sem muitas possibilidades para o seu futuro, Shadow resolve aceitar a proposta de emprego que recebeu de um homenzinho estranho que conheceu no avião. Ele nem mesmo sabe o nome do sujeito — apenas o seu apelido, Wednesday. Isso pode parecer uma decisão arriscada, afinal de contas ele não conhece o seu patrão, mas como nada o restou desde a recente morte de sua esposa Shadow decide aceitar a proposta. 

"Religiões são, por definição, metáforas, apesar de tudo: Deus é um sonho, uma esperança, uma mulher, um escritor irônico, um pai, uma cidade, uma casa com muitos quartos, um relojoeiro que deixou seu cronômetro premiado no deserto, alguém que ama você – talvez até, contra todas as evidências, um ente celestial cujo único interesse é assegurar-se que o seu time de futebol, o seu exército, o seu negócio ou o seu casamento floresça, prospere e triunfe sobre qualquer oposição. Religiões são lugares para ficar, olhar e agir, pontos vantajosos a partir dos quais se observa o mundo."
Percorrendo por vários cantos dos Estados Unidos e conhecendo diversas pessoas aos poucos Shadow vai descobrindo a sua verdadeira missão. Wednesday, na verdade, é a encarnação do deus Odin (Pai de Todos) e ele está tentando reunir todos os Velhos Deuses da mitologia antiga para participarem de uma guerra contra os Novos Deuses Americanos — a obsessão do povo americano com as celebridades, a tecnologia e drogas contribuíram para o surgimento desses novos deuses. E na medida em que eles vão crescendo e ganhando força, os poderes dos Velhos Deuses foram diminuindo.

Juntos Shadow e Wednesday percorrem o território americano para conseguir reunir os Velhos Deuses, apara os convocar para um conflito que é inevitável. 

"Existem novos deuses crescendo nos Estados Unidos, apoiando-se em laços cada vez maiores de crenças: deuses de cartão de crédito e de auto-estrada, de internet e de telefone, de rádio, de hospital e de televisão, deuses de plástico, de bipe e de néon. Deuses orgulhosos, gordos e tolos, inchados por sua própria novidade e por sua própria importância. Eles sabem da nossa existência e tem medo de nós, e nos odeiam - disse Odin. - Vocês estão se enganando se acreditam que não. Eles vão nos destruir, se puderem. Ë hora de a gente se agrupar. E hora de agir."

Dizem que não existe um meio termo se tratando de "Deuses americanos": você odeia ou você ama. Pessoalmente eu amei o livro. Achei a narrativa mágica, afinal de contas tenho um fraco pela mitologia — não só a nórdica, mas reconheço que ela é a minha preferida —, sempre tentava reconhecer o deus que estava diante de Shadow e Wednesday. 

Esse não foi um livro fácil de ler, tive que prestar atenção em alguns detalhes que eram minuciosos. Foi uma leitura que exigiu o meu tempo e que não foi rápida para ler, mas foi algo que valeu totalmente a pena, cada centavo gasto nesse livro! Neil Gaiman domina a escolha das palavras e sabe como manter o leitor preso a narrativa.

Resenha: O Último Adeus

Título: O Último Adeus
Autor(a): Cynthia Hand
Editora: DarkSide Books
Número de páginas: 352
Classificação: 4/5

Há muito tempo eu sentia vontade de ler "O Último Adeus", desde a primeira vez que eu coloquei os meus olhos nesse livro na Leitura eu sempre tive curiosidade de conhecer um pouco mais dessa história. Eu enrolei um tempão para comprá-lo, mas toda a espera acabou valendo à pena! 

"O Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz.
O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar. E no meio desse vazio, Lex e sua mãe começam a sentir a presença do irmão. Fantasma, loucura ou apenas a saudade falando alto? Eis uma das grandes questões desse livro apaixonante.
O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes."

No livro conhecemos um pouco da vida de Alexis Riggs, também conhecida como Lex. Ela está tendo de lidar com a perda de seu irmão mais novo, Ty, que se suicidou há algumas semanas. E para tentar lidar com essa perda o seu terapeuta recomenda que ela escreva um diário, contanto como que está se sentindo ou das boas lembranças que teve ao lado de seu irmão. Aquela ideia não agrada em nada a Lex, que não consegue ver como aquilo pode resolver o seu problema, sem contar que ela sempre se deu melhor com os números do que com as palavras.

Além do mais, a jovem também tem outras coisas para poder lidar. Logo em breve ela estará indo para uma boa faculdade, pelo menos é o que ela planeja, e também está tentando ajudar a sua mãe a conseguir lidar com a morte de seu irmão. Às vezes, é como se Lex carregasse o peso do mundo em seus ombros e ter se afastado de seus amigos não facilita em nada. 

"Todos morrem, e todos perdem alguém que amam."

Um dos grandes problemas é que, no fundo, Lex carrega um pouco de culpa pelo o que havia acontecido com o seu irmão. Ela havia prometido para ele que sempre estaria ao seu lado quando ele precisasse, porém ela não foi capaz de afastá-lo da escuridão.
Desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio.
Ao longo da narrativa vamos acompanhar a maneira que Alexis lida com a dor e com a ausência de Ty em sua vida, como ela faz para conciliar sua vida acadêmica com os seus problemas pessoais. Também vemos ela se esforçando para conseguir ajudar a sua mãe, dando forças para ela conseguir tentar dar a volta por cima. É uma verdadeira história de superação.

"As pessoas que amamos nunca se vão totalmente."

O livro é narrado em primeira pessoa por Alexis Riggs, sendo divido entre os capítulos e algumas páginas do diário que ela está escrevendo. "O Último Adeus" foi um livro que acabou mexendo comigo, assim como a leitura de "Os 13 Porquês" me fez refletir.

Mais do que nunca é preciso discutir sobre a depressão, ainda mais com a chocante notícia sobre o suicídio de Chester Bennington, o vocalista do Linkin Park. A depressão é uma doença séria e que deve ser tratada com seriedade, não se trata de um drama ou "mimimi" como algumas pessoas gostam de falar. Mais do que nunca as pessoas precisam se conscientizar disso. Às vezes, as pessoas estão tão envoltas pela escuridão que nem sempre conseguimos ajudar, assim como Lex não conseguiu salvar o seu irmão. Se você precisar de algum tipo de ajuda não hesite em ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV): ligue 141. Por favor, não deixe de buscar ajuda.

Primeiras Impressões de Friends From College

"Um grupo de amigos que dividiu o começo de suas vidas em Harvard se vê nos seus 40 anos com situações bem diferentes de sucesso profissional e pessoal, e suas relações interpessoais complicadas sempre levam a momentos nos quais a nostalgia supera o amor pela vida adulta."

A série foca na vida de um grupo de amigos que estudaram em Harvard: Sam (Annie Parisse), Lisa (Cobie Smulders), Ethan (Keegan-Michael Kay), Nick (Nat Faxon), Max (Fred Savage) e Marianne (Jae Suh Park). Depois de muitos anos separados a vida deles se entrelaça novamente quando Lisa e Ethan se mudam para Nova York, voltando a conviver com os velhos amigos. 

A série explora as complicações da vida adulta como problemas no casamento, mentiras, traições, problemas em relação ao emprego e até mesmo as relações complicadas de algumas amizades. 
Eu estava com grandes expectativas com "Friends From College", achei que tinha um grande potencial para ser uma boa série de comédia, mas acabei me decepcionando bastante. O piloto não me conquistou, mas eu resolvi dar uma segunda chance e continuei assistindo, pensei que poderia melhorar ou quem sabe eu poderia me surpreender, mas não foi isso que aconteceu. Tudo se passou de maneira bem arrastada.

Apesar de ser considerada como uma série de comédia — essa é o gênero de acordo com a própria Netflix e com o AdoroCinema — o que mais teve foi drama. Foram poucos os momentos em que eu ri e, no geral, as cenas que eram para ser engraçadas acabaram ficando bastante forçadas, assim como as vozes e caretas diferentes do Keegan-Michael Key. Nem mesmo grandes nomes da comédia como a Cobie Smulders e Fred Savage conseguiram salvar a série.
Eu achava que "Friends From College" iria focar na vida dos amigos juntos em Nova York, aquela dinâmica já conhecida em "Friends" ou em "How I Met Your Mother", mas a série deixou de lado a vida dos amigos e focou em núcleos mais específicos: o caso entre a Sam e o Ethan, e o drama para Ethan e Lisa tentarem engravidar. É como se os outros personagens não tivessem importância. Nesse sentido eu achei que os diretores poderiam ter explorado melhor outros personagens, como a Marianne (Jae Suh Park) que tem um grande potencial.

Alguns personagens ficaram tão apagados que eu não fui capaz de me lembrar do nome do personagem interpretado pelo Nat Faxon, eu precisei ir pesquisar no Google. O Nick foi um personagem totalmente descartável parar mim, foram poucas as cenas em que eu percebi que ele estava presente. Para mim não fez nenhuma diferença se ele estava junto dos amigos ou não. 

Pessoalmente eu não gostei da série, apenas maratonei tudo para poder escrever essa crítica aqui no blog e, no fundo, eu tinha esperanças de que melhorasse. "Friends From College" não é uma das melhores séries da Netflix, até Girlboss que foi cancelada era mais divertida, mas se você tiver curiosidade em saber um pouco mais tente assistir e tire suas próprias conclusões.

Resenha: Minha Vida (Não Tão) Perfeita

Título: Minha Vida (Não Tão) Perfeita
Autor(a): Sophie Kinsella
Editora: Record
Número de páginas: 406
Classificação: 4/5

Conheci a Sophie Kinsella através da série de livros da Becky Bloom. Foi uma leitura deliciosa e eu dei boas risadas (você pode conferir a leitura aqui). Sendo assim, quando eu fiquei sabendo do lançamento do livro "Minha Vida (Não Tão) Perfeita" logo tratei de comprar. Estava ansiosa para me divertir novamente com as obras da Sophie Kinsella.

"Dramas, confusões e uma boa dose de amor são os ingredientes do novo romance de Sophie Kinsella. Uma divertida crítica aos julgamentos errados que uma boa foto no Instagram pode gerar. Cat Brenner tem uma vida perfeita mora num flat em Londres, tem um emprego glamoroso e um perfil supercool no Instagram. Ah, ok... Não é bem assim... Seu flat tem um quarto minúsculo sem espaço nem para guarda-roupa , seu trabalho numa agência de publicidade é burocrático e chato, e a vida que compartilha no Instagram não reflete exatamente a realidade. E seu nome verdadeiro nem é Cat, é Katie. Mas um dia seus sonhos se tornarão realidade. Bom, é nisso que ela acredita até que, de repente, sua vida não tão perfeita desmorona. Demeter, sua chefe bem-sucedida, a demite. Tudo o que Katie sempre sonhou vai por água abaixo, e ela resolve dar um tempo na casa da família, em Somerset. Em sua cidadezinha natal, ela decide ajudar o pai e a madrasta com a nova empreitada do casal: os dois planejam transformar a fazenda da família em um glamping, uma espécie de camping de luxo e estão muito empolgados com o novo negócio, mas não sabem muito bem por onde começar. E não é justamente lá que o destino coloca Katie e sua ex-chefe cara a cara de novo? Demeter e a família vão passar as férias no glamping, e Katie tem a chance de, enfim, colocar aquela megera no seu devido lugar. Mas será que ela deve mesmo se vingar da pessoa que arruinou sua vida? Ou apenas tentar recuperar seu emprego? Demeter - a executiva que tem tudo a seus pés - possui mesmo uma vida tão perfeita, ou quem sabe, as duas têm mais em comum do que imaginam? Por que, pensando bem, o que há de errado em não ter uma vida (não tão) perfeita assim?"

No livro vamos conhecer um pouco mais da história de Katie ou Cat, mas nunca Cathy. Ela é uma jovem de Sumerset que sempre foi apaixonada pela vida em Londres, então quando terminou a faculdade resolveu seguir o seu grande sonho de viver em Londres como uma autêntica londrina (sem nem mesmo deixar transparecer o seu sotaque do interior), apesar de isso desagradar ao seu pai, Mick, que não consegue enxergar as maravilhas de viver na cidade grande.

E em tese ela está levando a vida perfeita ou, pelo menos, é isso que o seu Instagram mostra já que Katie vive postando e compartilhando fotos que mostram a perfeição de sua vida atual. Porém, as fotos e posts de suas redes sociais não condizem com a realidade. Ela trabalha na Marketing Cooper Clemmow e precisa sair cedo de casa para chegar em ponto (é uma grande locomoção que ela precisa fazer), e ela ainda não recebeu o conhecimento da sua chefe Demeter, que é uma verdadeira megera (além de não se lembrar do nome da Katie, Demeter também tem a coragem de pedir para ela retocar a pintura do seu cabelo).

As coisas parecem melhorar na sua vida quando ela conhece Alex Astalis, junto os dois se divertiram muito enquanto testando alguns brinquedos de crianças (com o intuito de relaxar) o que incluí um drone. Katie está certa de que houve alguma atração durante o tempo em que passaram juntos; ela está certa de que viu faíscas entre eles. Porém, da mesma maneira que o relacionamento deles não deu certo (sequer chegou a começar), a sua carreira na Marketing Cooper Clemmow vai de água abaixo quando ela é demitida por Demeter.

"Ficamos em silêncio por um tempinho desconfortável, e eu me pergunto como vou conseguir ser natural daqui em diante. Não sei bem se é o jeito como ele olha para mim ou a forma como ele disse "emoção" — mas, sela lá qual for o motivo, estou sentindo meu coração meio acelerado agora".
Arrasada Katie não vê outra alternativa senão voltar para sua casa, em Somerset. Ela não consegue contar para seu pai e para sua madrasta, Biddy, que ela foi demitida. Katie decide inventar que está tendo um período sabático, é mais fácil lidar com essa mentira do que desapontá-los com o seu fracasso. E durante o tempo em que permanece no interior com o seu pai e a madrasta, Katie resolve ajudá-los a abrir um glamping na fazenda.

Desde os folhetos de divulgação, o site, o planejamento Katie ajuda de alguma maneira. Depois de tantos negócios fracassados que o seu pai já teve, ela quer que esse seja diferente, então junto de sua família acaba construindo um acampamento de luxo que se tornou um verdadeiro sucesso. O que Katie não conseguia imaginar que a fama do glamping seria capaz de atrair sua ex-chefe Demeter, além de Alex Astalis. É de se esperar que esses três juntos vão conseguir arrumar uma grande confusão durante um final de semana.

"— Você solicitou ioga, se não estou enganada — digo enquanto nos afastamos do grupo. — Infelizmente, não oferecemos aulas de ioga na fazenda Anters. Mas oferecemos uma prática druida antiga, o Vedari. Não é muito diferente do ioga, mas é um pouco mais desafiador".

Achei interessante que a autora tratou de alguns temas atuais, da pressão que os jovens têm para conseguir uma vida bem sucedida antes de chegar aos 30. Quantas pessoas que estão fazendo determinado curso pensando apenas no dinheiro e no possível sucesso profissional que pode vir a ter? E também tem a questão das redes sociais, que algumas pessoas acham essencial serem notadas e que gostam de aparentar que vivem uma vida perfeita. Tudo se baseia em uma vida de aparências.

E como de costume, Sophie Kinsella conseguiu tratar esses dois assuntos de uma forma bem humorada ao criar personagens tão divertidos. Foi praticamente impossível não me lembrar da série Becky Bloom (a questão do humor. Os personagens são bem diferentes). Então, se você está em busca de um livro para se divertir e dar boas risadas o livro "Minha Vida (Não Tão) Perfeita" é uma ótima opção, assim como outras obras da Sophie.

Homem-Aranha: De volta ao Lar (Crítica Sem Spoiler)

"Depois de atuar ao lado dos Vingadores, chegou a hora do pequeno Peter Parker (Tom Holland) voltar para casa e para a sua vida, já não mais tão normal. Lutando diariamente contra pequenos crimes nas redondezas, ele pensa ter encontrado a missão de sua vida quando o terrível vilão Abutre (Michael Keaton) surge amedrontando a cidade. O problema é que a tarefa não será tão fácil como ele imaginava."

O filme mostra os acontecimentos após os eventos de a Guerra Civil, quando o Peter Park (Tom Holland) teve uma pequena participação na luta roubando o escudo do Capitão América (Chris Evans). Desde então, Peter está se esforçando para provar para Tony Stark (Robert Downey Jr.) de que ele está pronto para poder fazer parte dos Vingadores. Ele apenas precisa de uma chance para poder provar todo seu potencial.

Então, todo dia após as aulas ele saí as ruas a procura de algum tipo de crime para combater. Ele chega a evitar roubos de bicicletas e até mesmo ajudando velhinhas perdidas, é o seu esforço para se tornar o Homem-Aranha, o amigo da vizinhança. Porém, nenhuma dessas ações chama atenção da mídia ou do Tony Stark.

A sua chance de fazer diferença acontece quando ele vê um grupo de homens assaltando um banco, mas não se trata de um assalto comum. Ao invés de estarem usando armas convencionais eles estão usando algo mais perigoso, feitas com materiais e substâncias desconhecidas. Apesar de se tratar de uma situação extremamente perigosa, Peter decide enfrentá-los. Essa é a chance de fazer a diferença, de mostrar para o mundo quem é o Homem-Aranha. E para deter esses criminosos ele é capaz de ir contra as ordens do Tony Stark.
Ao invés da Marvel recontar a história de como Peter Parke se tornou o Homem-Aranha foi utilizado uma estratégia diferente, o personagem foi apresentado em uma aventura solo e isso vem parecendo funcionar (até o momento estou vendo muitas críticas positivas a respeito do filme). E outro acerto da Marvel foi a escolha do Tom Holland para o papel principal, com 21 anos ele realmente chega a parecer com um adolescente (por mais que eu tenha amado o Andrew Garfield no papel eu sou obrigada a reconhecer que ele era velho, que ele não conseguia passar por um adolescente).

No longa o telespectador acompanha os dramas diários da vida de Peter Paker, de como ele se sente dividido entre a escola e a vontade de se tornar um Vingador (no início do filme é revelado que ele saiu de todos os grupos em que participava para se dedicar totalmente ao dever de manter a sua vizinhança segura), sem contar que esconder esse segredo do seu amigo Ned Leeds (Jacob Batalon) não é nada fácil.
São esses dramas que Peter lida que tornam o personagem tão humano, pois apesar de ter poderes e ser um herói ele também é gente como a gente. Ele tem de lidar com alguns alunos pegando no seu pé e até mesmo tem de lidar com aquele frio na barriga ao conversar com a garota que ele gosta.

Mesmo fazendo uma pequena participação no filme Robert Downey Jr. conseguiu roubar a cena, até mesmo quando não estava presente isso aconteceu. Peter falava que queria ser um Vingador, que queria provar para o Tony Stark que ele estava pronto. É como se tivessem transformado o Homem de Ferro no motivo do Homem-Aranha ter virado um herói, sendo que o que motivou isso foi a morte de seu tio Ben, porém em nenhum momento do filme foi citado, é como se nem tivesse existido. A sensação que deu foi que resolveram substituir o tio Ben por Tony Stark

Com cenas de ação dinâmicas, com um ótimo vilão (Micael Keaton está de parabéns nesse quesito, a caracterização do Abutre ficou sensacional e o roteiro conseguiu dar uma humanizada no personagem), algumas cenas de humor e receado de easter eggs "Homem-Aranha: De volta ao Lar" é um filme muito bom. Então se você ainda não viu o filme não perca tempo, vá ao cinema mais próximo para assistir essa nova aventura do Homem-Aranha!
Ficha Técnica
Título: Homem-Aranha: De Volta ao Lar
Direção: Jon Watts
Duração: 2h14min
Gênero: Ação, Aventura
Elenco: Tom Holland, Michael Keaton, Robert Downey Jr., Zendaya, Marisa Tomei, Martin Starr, Jacob Batalon, Laura Harrier

Curiosidades:
1) Esta é a terceira adaptação do Homem-Aranha para os cinemas. Dessa vez, o amigão da vizinhança faz parte definitivamente do Universo Cinematográfico Marvel, graças a uma parceria acordada entre a Sony Pictures e a Marvel. O novo Peter Parker apareceu pela primeira como integrante do UCM em Capitão América: Guerra Civil (2016).
2) Howard Stark e Bruce Banner aparecem nas paredes da escola de Peter.
3) Antes que este filme fosse anunciado oficialmente, a Sony planejava construir um universo semelhante ao universo da Marvel, usando apenas personagens do Homem-Aranha. Isso incluiu um spin-off focado em uma super heroína, um filme de Venom, outro do Sexteto Sinistro e dois outros longas da franquia O Espetacular Homem-Aranha, estrelado por Andrew Garfield.
4) Tom Holland é o ator mais jovem a interpretar Peter Parker. Tobey Maguire e Andrew Garfield tinham, respectivamente, 25 e 26 anos quando foram escalados para o papel.
5) Uma semana antes de ser anunciado que Tom Holland seria o próximo Homem-Aranha, o ator postou em seu Instagram um vídeo dele mesmo fazendo acrobacias.

5 Filmes Para Assistir Debaixo das Cobertas

Imagem do Pinterest
Eu nunca fui muito fã do inverno, sempre preferi o verão e o calor que ele trás para os meus dias. Sendo assim, durante o inverno eu prefiro ficar mais quieta em casa, debaixo das cobertas e usando milhares de casacos para tentar me aquecer (não tá sendo nada fácil a situação pra quem mora em Belo Horizonte, aqui está fazendo um frio que é fora do comum). E pensando nisso eu reunir alguns filmes da Netflix para assistir debaixo das cobertas, espero que vocês gostem das sugestões.

O ESPAÇO ENTRE NÓS
"O adolescente Gardner Elliot (Asa Butterfield) é o primeiro humano nascido em solo marciano. Mas ele deseja fazer uma viagem à Terra para conhecer a verdade sobre seu pai biológico, e sobre seu nascimento. Nesta jornada, ele tem o apoio de Tulsa (Britt Robertson)."


SEMPRE AO SEU LADO
"Parker Wilson (Richard Gere) é um professor universitário que, ao retornar do trabalho, encontra na estação de trem um filhote de cachorro da raça akita, conhecido por sua lealdade. Sem ter como deixá-lo na estação, Parker o leva para casa mesmo sabendo que Cate (Joan Allen), sua esposa, é contra a presença de um cachorro. Aos poucos Parker se afeiçoa ao filhote, que tem o nome Hachi escrito na coleira, em japonês. Cate cede e aceita sua permanência. Hachi cresce e passa a acompanhar Parker até a estação de trem, retornando ao local no horário em que o professor está de volta. Até que um acontecimento inesperado altera sua vida."


A ORIGEM DOS GUARDIÕES
"As crianças do mundo inteiro são protegidas por um seleto grupo de guardiões: Papai Noel, Fada do Dente, Coelho da Páscoa e Sandman. São eles que garantem a inocência e as lendas infantis. Mas um espírito maligno, o Breu, pretende transformar todos os sonhos em pesadelo, despertando medo em todas as crianças. Para combater este adversário poderoso, a Lua designa um novo guardião para ajudar o grupo: Jack Frost, um garotinho invisível que controla o inverno. Sem conhecer sua própria vocação de guardião, ele embarca em uma aventura na qual vai descobrir tanto sobre as crianças quanto sobre seu próprio passado."


ANASTASIA
"Aparentemente o Czar e toda a sua família morreram durante a Revolução Russa, mas após alguns anos surge um boato de que a Princesa Anastasia teria sobrevivido. Como sua avó, a grã-duquesa imperial que vive em Paris, ofereceu uma recompensa de 10 milhões de rublos para quem encontrasse sua neta, apareceram várias "Anastasias" sonhando ficar com a recompensa. Em Moscou, Dimitri e Vladimir se esforçam para encontrar uma jovem que se aparente com a princesa desaparecida e, assim, possam ganhar a recompensa. Quando estão quase desistindo encontram Anya, uma jovem órfã que não se lembra do seu passado mas tem tudo para se fazer passar por Anastasia. Assim, começam a ensaiá-la e rumam para Paris, mas gradativamente Dimitri passa a acreditar que Anya é realmente a princesa desaparecida e isto lhe parece atr, pois está apaixonado por ela e sabe que nunca permitirão que um plebeu se case com alguém da realeza."


CAPITÃO AMÉRICA 2: O SOLDADO INVERNAL
"Dois anos após os acontecimentos em Nova York (Os Vingadores - The Avengers), Steve Rogers (Chris Evans) continua seu dedicado trabalho com a agência S.H.I.E.L.D. e também segue tentando se acostumar com o fato de que foi descongelado e acordou décadas depois de seu tempo. Em parceria com Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, ele é obrigado a enfrentar um poderoso e misterioso inimigo chamado Soldado Invernal, que visita Washington e abala o dia a dia da S.H.I.E.L.D., ainda liderada por Nick Fury (Samuel L. Jackson)."

Resenha: Os 13 Porquês

Título: Os 13 Porquês
Autor(a): Jay Asher
Editora: Ática
Número de páginas: 256
Classificação: 5/5

Quando o Netflix lançou a série “13 Reasons Why” foi um verdadeiro fenômeno. As pessoas começaram a discutir abertamente a questão do suicídio — sim, ainda existe um tabu e tanto em relação a esse tema —, ou que a série estava romantizando algumas coisas. Era impossível não achar alguém que não estivesse comentando sobre “13 Reasons Why”. E foi assim que eu tomei a iniciativa de ler o livro, queria conhecer um pouco mais o que havia inspirado essa história.

"Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker, uma colega de classe e antiga paquera, que cometeu suicídio duas semanas atrás. Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento."

Na narrativa vamos conhecer um pouco da história da vida de Hannah Baker, ou melhor, vamos conhecer os motivos que a fez colocar um fim na sua vida. Antes dela cometer o suicídio ela gravou 13 fitas, os 13 porquês. As fitas foram entregues para a primeira pessoa que escutou e passou a diante — respeitando as instruções de Hannah, pois ela deixou claro que se as fitas não fossem repassadas elas iriam vir à tona de uma forma bastante escandalosa — até que chegaram nas mão de Clay Jensen, um dos motivos.

Clay encontra um pacote com as fitas assim que chegou da escola e em um primeiro momento estranhou a situação, afinal de contas ele possuía uma relação no mínimo amigável com a Hannah. Como ele poderia ser um dos porquês? Então ele resolve escutar as fitas, curioso para saber o que ela tinha para falar sobre cada uma das pessoas. E na medida em que ele vai escutando — foi tudo em um único dia, ele não foi tão lerdo como o Clay da série —, Clay decide seguir um mapa indo a cada um dos locais indicados por Hannah.

"E quando estragam alguma parte da vida de uma pessoa, não estão estragando apenas aquela parte. Infelizmente, não dá para ser tão preciso ou seletivo. Quando você estraga uma parte da vida de alguém, você estraga a vida inteira da pessoa. Tudo... é afetado.”
A narrativa é dividia em duas: nas ações e os pensamentos que o Clay tem enquanto escuta as fitas, e a narração de Hannah Baker contando o que aconteceu com ela — achei que nesse aspecto “13 Reasons Why” foi bem fiel ao livro, e durante a minha leitura tive a sensação de que estava escutando a Katherine Langford falando ao meu lado.

Essa foi uma leitura que me fez refletir no final, sobre como as nossas ações podem refletir na vida de outras pessoas. É algo bem poderoso e que também pode ser poderoso, afinal de contas não são todas as pessoas que tem um emocional forte o bastante para lidar com um tema pesado como esse. Apesar de ter aberto um espaço de discussão para esse tema que ainda é um tabu, a leitura pode ser considerada um pouco pesada — assim como determinados episódios da série da Netflix.

E eu não estou aqui para julgar as ações de Hannah, se os motivos para ela se matar foram pertinentes ou não. A personagem parece sofrer algum tipo de depressão o que torna muito mais complexo analisar todos os fatores. E sim, depressão é uma doença séria e não deve ser tratada como um tipo de drama ou “mimimi”. O que eu quero propor é uma reflexão pessoal: como você age na vida de outras pessoas? Você possuiu um bom comportamento com o próximo ou pratica bullying? Você tenta ajudar alguém em uma situação difícil ou simplesmente ignora? Nossas ações possuem reflexos, que podem ser positivos ou negativos, na vida de outras pessoas, então vamos fazer um esforço para tratar bem o próximo.

No final do livro têm alguns telefones para pessoas que se identificaram com os sintomas de Hannah Baker, que precisam de ajuda. Se você é uma dessas pessoas não hesite em ligar, pois sua vida é muito importante e vale muito! E também tem o Centro de Valorização da Vida (CVV): ligue 141. Por favor, não deixe de buscar ajuda.

Resenha: The Kiss of Deception (Crônicas de Amor e Ódio #1)

Título: The Kiss of Deception
Autor(a): Mary E. Pearson
Editora: DarkSide Books
Número de páginas: 406
Classificação: 3/5

Conheci esse livro a partir das minhas amigas, sem contar que eu sempre via resenhas sobre ele. Isso foi me aguçando a curiosidade, queria saber do que se tratava aquele livro que todos estavam comentando. Eu comprei "The Kiss of Deception" e o resultado foi satisfatório, fez jus ao que todos estavam falando sobre ele.

"Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?
Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante o lugar perfeito para recomeçar ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza. O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.
O romance de Mary E. Pearson evoca culturas do nosso mundo e as transpõe para a história de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio é capaz de mudar a nossa concepção entre o bem e o mal e nos fazer repensar todos os estereótipos aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância da autodescoberta, do amor, e como ele pode nos enganar. Às vezes, nossas mais belas lembranças são histórias distorcidas pelo tempo."

No livro conhecemos a história  da princesa Arabella Celestine Idres Jezelia, ou simplesmente Lia, como ela gosta de ser chamada. Os preparativos para o seu casamento andam a todo vapor, incluindo os tradicionais ritos de seu povo. Por ela ser a Primeira Filha do Reino de Morrighan se casar é o seu dever a ser cumprido, de maneira que teve sua mão prometida ao príncipe de Dalbreck como maneia de trazer a paz para os dois reinos.

Um casamento parece ser uma ótima ideia? Não, pelo menos para Lia. A garota de 17 anos tem o desejo de tomar as rédeas de sua própria vida. Não está em seus planos se casal com alguém que ela não conhece, que nunca viu na vida — de maneira que nem sabe dizer se ele é jovem ou mais velho do que ela — e que não tenha amor envolvido. Por mais que tenha dado certo para os seus pais, Lia não está disposta a correr esse risco.

“Durante minha vida toda sonhei com alguém me amando pelo que eu era. Por quem eu era. Não por ser a filha de um rei. Não por ser a Primeira Filha. Apenas por mim. E, com certeza, não porque um pedaço de papel ordenava isso.”

Dessa maneira a princesa resolve fugir, e pare isso acaba contando com a ajuda de sua melhor amiga Pauline. Tudo foi planejado nos mínimos detalhes e na véspera do casamento as duas fogem rumo a Terravin, a cidade natal de Pauline. O objetivo dessa fuga é criar um lugar onde ambas possam recomeçar as suas vidas, principalmente para Lia que deixou sua família para trás. 
 No reino de Morrighan a desobediência é visto como um ato de deslealdade, podendo até acarretar a morte. Nem mesmo o fato de Lia ser filha do rei pode ajudar, afinal de contas ela cometeu um ato contra o seu reino. Dessa maneira, durante a fuga a princesa e sua amiga acabam tomando todas as precauções para não serem pegas. Até chegarem a Terravin, Lia foi criando pistas falsas pela estrada para distrair qualquer um que tentasse a seguir.

"O vento fazia um redemoinho entre nós, jogava a névoa sobre nossas faces. Sussurrava. No recanto mais longínquo...Eu encontrarei você. Limpei meus olhos, com o que era real e verdadeiro perdendo a nitidez. Mas eu sabia que ele havia vindo. Ele estava aqui.E talvez, por ora, essa fosse toda a verdade de que eu precisava. E a aventura está apenas começando..."

Além de ser uma traidora para o seu reino, Lia também tem de lidar com outros dois problemas: o príncipe de Dalbreck, que está cheio de raiva por conta da fuga dela; e um assassino do reino de Venda, um bárbaro que pretende arruinar qualquer chance — o que inclui matar a princesa Lia, caso seja necessário — de união e paz entre os reinos de Morrighan e Dalbreck. 

E é em Terravin que o destino desses três personagens — Lia, o príncipe de Dalbrek e o assassino — vão se entrelaçar. 

Essa foi a primeira vez que eu li uma obra da Mary E. Pearson, admito que estava um pouco receosa já que não sabia ao certo o que esperar. E é com satisfação que venho aqui falar do trabalho da autora que conseguiu construir uma protagonista de personalidade forte, que é capaz de lutar pelo o que deseja. Temos uma quebra da imagem idealizada de uma princesa — algo que já vem acontecendo há mais tempo e em outras mídias, não se restringindo somente à literatura —, como algumas princesas dos filmes clássicos da Disney.

Também vale a pena ressaltar a diagramação feita pela editora DarkSide Books, Ficou impecável! Esse é o primeiro livro que eu leio dessa editora e fiquei impressionada com todos os cuidados, a capa dura muito bonita, sem contar que veio um marcador de livros e um pôster do livro que atrás tem um mapa mostrando os reinos, isso me ajudou a situar um pouco já que faltaram algumas explicações nessa parte.

Resenha: Geekerela

Título: Geekerela
Autor(a): Ashley Poston
Editora: Intrínseca 
Número de páginas: 384
Classificação: 5/5

Quando vi a divulgação desse livro não pude deixar de ficar intrigada, afinal de contas parecia ser uma releitura de Cinderela nos dias atuais e com muito conteúdo geek envolvido. Esse livro acabou reunindo duas coisas que eu sempre gostei: Cinderela — está entre os meus clássicos da Disney favoritos, podia assistir esse filme milhares de vezes seguidas — e o universo geek — eu tenho um lado meio nerd vivo dentro de mim. Sendo assim resolvi comprá-lo e tive a oportunidade de conhecer uma história incrível, uma versão mais divertida da história de Cinderela.

"Um divertido romance que traz a clássica história de Cinderela para os dias de hoje.
Quando Elle Wittimer, nerd de carteirinha, descobre que sua série favorita vai ganhar uma refilmagem hollywoodiana, ela fica dividida. Antes de seu pai morrer, ele transmitiu à filha sua paixão pelo clássico de ficção científica, e agora ela não quer que suas lembranças sejam arruinadas por astros pop e fãs que nunca tinham ouvido falar da série. Mas a produção do filme anunciou um concurso de cosplay numa famosa convenção valendo um convite para um baile com o ator principal, e Elle não consegue resistir. Na Abóbora Mágica, o food truck vegano onde trabalha, ela encontra a ajuda de uma amiga cheia de talentos para moda que vai criar o traje perfeito para a ocasião. Afinal, o concurso é a chance de Elle se livrar das tarefas domésticas impostas pela terrível madrasta e das irmãs postiças malvadas.
Já Darien Freeman, o astro adolescente escalado para ser o protagonista do filme, não está nada ansioso para o evento, embora o papel seja seu grande sonho. Visto como só mais um rostinho bonito, o próprio Darien também está começando a achar que se tornou uma farsa. Até que, no baile, ele conhece uma menina que vai provar o contrário.
Esta releitura de Cinderela transporta para o universo nerd os principais elementos do clássico conto de fadas, fazendo uma verdadeira homenagem a todos aqueles que sabem o que é ser fã e se dedicar de coração àquilo que amam."

Nesse romance conhecemos a vida da jovem Danielle Wittimer, também conhecida como Elle. Ela vive junto de sua madrasta, ou melhor, a pessimadrasta Catherine junto das filhas gêmeas dela: Calliope e Chloe, que fazem de sua vida um verdadeiro tormento. Elle mal vê a hora de completar 18 anos para sair de casa levando apenas os seus pertences e Franco — o cachorro de seu vizinho que praticamente vive abandonado devido a falta de  cuidado. É uma ideia um tanto quanto triste ter que deixar a casa onde ela viveu sua vida inteira, onde estão todas as suas lembranças — tanto boas quanto ruins. 

E para esse seu plano funcionar no futuro, Elle faz questão de guardar cada centavo que ganha com o seu trabalho na Abóbora Mágica, o food truck vegano. Apesar de seu salário não ser um dos maiores qualquer coisa já ajuda, sem contar que sua colega de trabalho não é tão ruim. Hera tem cabelos verdes e não é de conversar muito, às vezes fica tão entretida em seus desenhos que nem percebe quando Ella chega alguns minutos atrasada no trabalho. 

"— Me devolve! Isto não é seu!
— E também não é seu! — retruca Chloe, correndo para longe. O tecido do colarinho escapa das minhas mãos. — Isso estava na nossa casa, então é nosso!
— Nossa casa? Nada aqui nunca foi seu!"

Como se tudo isso não fosse o bastante, ela descobre que sua série favorita vai ganhar um remake hollywoodiano. Seu pai antes de morrer fora um fã fanático de Starfield e transmitiu esse amor e fanatismo para Elle, juntos eles assistiam aos episódios e iam as convenções; era o laço que os unia. Então, quando descobre que um astro teen terá o papel principal no longa ela não fica nada feliz. Agora, além de precisar lidar com uma vida complicada em casa tendo de realizar as vontades de sua pessimadrasta e de suas irmãs postiças, Ella também tem de lidar com a possibilidade de um péssimo remake sobre Starfield.

Darien Freeman que foi o astro teen escalado para viver Carmindor, o herói e protagonista do filme. Essa é uma grande pressão pra ele já que está apenas no início de sua carreira, sem contar que ele é um grande fã de Starfield e não é sua intenção desapontar a outras pessoas que também gostam da série — apesar de o público ser pequeno se comparado a Star Wars ou Star Trek, todos os fãs são bastante leais. É muita pressão em suas costas, não? 

"— E Darien — ele nem sequer me confunde com o príncipe da Federação, o que não pode ser um bom sinal —, dá pra ser mais... — Ele balança a mão em círculos. Um maquiador pula para o cenário e vem ajeitar o sangue falso na minha testa. — Mais Carmindor?"
Ele vai precisar provar para muitas pessoas — o que incluiu Ella — que ele pode ser ideal para interpretar o Carmindor, que ele não é apenas um rostinho bonito ou um corpo dar inveja. Isso vai requerer um grande esforço de sua parte, além de uma confiança muito grande para não deixar os comentários negativos o afetarem.

E em uma famosa convenção onde reúne diversos fãs de Starfield em Atlanta, onde a produção do filme anuncia um concurso de cosplay valendo um convite para um baile com o ator principal e um ingresso para o lançamento do filme, Elle e Darien ter a oportunidade de se conhecerem pessoalmente. A primeira interação entre eles não foi uma das melhores, começaram pelo pé esquerdo, mas depois perceberam que não eram tão diferentes como imaginava. Havia mais coisas em comum entre eles do que poderiam imaginar.

"Ah'... — Ele pronuncia a primeira sílaba, erguendo a mão para o meu queixo — ... ble... —, inclina meu rosto para cima e se aproximando lentamente, como duas supernovas prestes a colidir — ... na.
E, não sei como, neste universo impossível, a sua boca encontra a minha."


Definitivamente "Geekerela" foi um livro que superou as minhas expectativas. Sabe quando você encontra um livro tão envolvente que não consegue parar de ler? Foi isso o que aconteceu. Já no primeiro capítulo eu logo fui envolvida pela trama — que é dividida em três partes — criada por Ashley Poston. Achei genial a releitura que ela fez de Cinderela, trazendo alguns temas atuais na nossa sociedade.

O livro é composto por narrativas alternadas entre Elle e Darien. Pessoalmente eu gosto muito desse tipo de recurso, pois permite conhecer melhor a realidade dos personagens. Apesar de sua vida difícil, Elle está longe de ser a mocinha que vive se lamentando pelos cantos, ela é uma grande sonhadora que tem a força de vontade para conseguir superar os obstáculos de sua vida. E mesmo gostando se seu trabalho como ator, do sucesso que está fazendo, às vezes, Darien apenas tem o desejo de ser tratado como um jovem comum como era antes de sua fama.

Ashley Poston conseguiu criar personagens queridos — outros bem odiosos —e uma trama sensacional. O universo criado de Starfield era cheio de detalhes que por um momento me pareceu real, assim como Star Wars ou Star Trek. A autora está de parabéns! E se você está procurando por uma leitura divertida, envolvente e com um bocado de romance "Geekerela" é a escolha perfeita!

Mulher Maravilha (Crítica Sem Spoiler)

"Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince (Gal Gadot) nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor (Chris Pine) se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra."

O filme conta por meio de flashbacks a história de Diana Prince (Gal Gadot), em uma época em que ela era inocente, que não conhecia muito bem o mundo dos homens e nem o verdadeiro alcance de seus poderes. Ela passou boa parte de sua juventude morando em uma ilha paradisíaca escondida de deuses e dos humanos, lá era o refugio das Amazonas. Por ser a única criança da ilha, Diana não tinha muita companhia e vivia se metendo em algumas confusões.

E desde pequena sempre teve vontade de aprender a lutar, queria ser uma guerreia. Mesmo indo contra aos desejos de sua mãe Hipólita(Connie Nielsen), a Rainha das Amazonas — não era seu desejo que sua única filha aprendesse a lutar, muito menos que precisasse participar de uma batalha —, deixou que sua irmã  Antíope (Robin Wright) treinasse Diana para transformá-la em uma grande guerreira, uma das maiores de seu povo.
Contudo, a paz das Amazonas é colocada em risco quando um homem chega a ilha onde elas moram. Trata-se de Steve Trevor (Chris Pine). Através deles que as Amazonas tomam conhecimento que está ocorrendo no mundo, e é nesse momento em que Diana toma uma corajosa e importante decisão: ele decide partir para Londres junto de Steve, correndo o risco de nunca mais poder retornar, para ajudar a por um fim nesse conflito. Esse é o seu dever, não há como fugir disso.

A chegada a Londres acaba lhe revelando aos poucos como é o mundo dos homens e se sua real natureza. E durante todo o longa vemos Diana tendo ajudar ao próximo, sofrendo ao ver crianças, mulheres e inocentes sofrendo. Aos poucos ela vai perdendo toda a ingenuidade que possuía no início.

A Gal Gadot estava simplesmente incrível nessa personagem, não consigo imaginar ninguém melhor para estar em seu lugar. Foi ótimo vê-la interpretando uma heroína empoderada (não que esse seja o foco do filme), questionando o motivo de não poder falar em uma sala de reuniões ou quando ela tem de provar as suas habilidades para Steve. Ele não precisa de nenhum homem para acabar com a guerra, ele precisa é de Diana.
Também vale a pena ressaltar a atuação de Chris Pine. Quem viu ele em "The Princess Diaries 2: Royal Engagement", interpretando o papel de Nicholas Devereaux — foi no início de sua carreira, um de seus primeiros trabalhos — consegue perceber a evolução que ele teve, como ele cresceu como um ator. Também gostei da maneira que foi desenvolvido o relacionamento entre o Steve e a Diana, ele não a impediu de realizar o seu destino.

Depois de não ter tido uma boa repercussão em filmes anteriores parece que a sorte está mudando para a DC, diferente de "Esquadrão Suicida" em que muitas pessoas se decepcionaram, "Mulher Maravilha" acabou sendo um sucesso. As cenas de ação ficaram muito boas, esse foi um filme que realmente conseguiu prender a minha atenção. E como mulher eu gostei de ver um filme protagonizado por uma super-heroína — temos personagens tão incríveis nas HQs, tanto da Marvel quanto da DC —, mas até então nada tinha sido feito. Espero que esse seja apenas o começo, que no futuro tenham mais filmes protagonizado por super-heroínas.
Ficha Técnica 
Título: Mulher Maravilha
Duração: 2h21min
Direção: Patty Jenkins
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Connie Nielsen, Robin Wright, Danny Huston, David Thewlis, Elena Anaya, Lucy Davis, Ewen Bremmer, Saïd Taghmaoui, Lisa Loven Kongsli, James Cosmo, Steffan Rhodri, Rachel Puckup, Rainer Bock, Florence Kasumba, Eleanor Matsuura

Curiosidades:
1) Cobie Smulders, que dublou a Mulher-Maravilha na animação Uma Aventura Lego (2014), foi considerada para estrelar na trama.
2) Kate Beckinsale, Sandra Bullock, Mischa Barton, Rachel Bilson, Sarah Michelle Gellar, Jessica Biel, Eva Green, Christina Hendricks e Kristen Stewart também foram cogitadas para o papel de Mulher Maravilha.
3) Patty Jenkins é a primeira mulher a dirigir um filme de super-heroína.
4) Danny Huston já trabalhou nos filmes baseados em histórias de quadrinhos 30 Dias de Noite (2007) e X-Men Origens: Wolverine (2009). Florence Kasumba, já trabalhou em Capitão América: Guerra Civil (2016), e Samantha Jo em O Homem de Aço (2013).
5) Nicole Kidman foi cotada para viver a rainha das Amazonas Hipolita, mas desistiu por conflito de agenda.

Resenha: Quando a Noite Cai

Título: Quando a Noite Cai
Autor(a): Carina Rissi
Editora: Verus
Número de páginas: 448
Classificação:  5/5

Carina Rissi se tornou uma das minhas autoras favoritas, sem contar que foi depois dela que eu me comecei a me interessar por outros escritores nacionais. Sendo assim, estou aqui novamente para resenhar o seu mais novo livro: "Quando a Noite Cai". E eu também tive a oportunidade de comparecer a turnê de lançamento que ela está fazendo, foi um privilégio poder me encontrar com ela novamente.

"Briana Pinheiro sabe que não é a pessoa mais sortuda do mundo. Sempre que ela está por perto algo vai mal, especialmente no trabalho. Por isso é tão difícil manter um emprego. E a garota realmente precisa de grana, já que a pensão da família não anda nada bem. Mas esse não é o único motivo pelo qual Briana anda perdendo o sono. Quando a noite cai e o sono vem, ela é transportada para terras distantes: um mundo com espadas, castelos e um guerreiro irlandês que teima em lhe roubar os sonhos... e o coração. Depois de ser demitida — pela terceira vez no mês! —, Briana reúne coragem e esperanças e sai em busca de um novo trabalho. É quando Gael O’Connor cruza seu caminho. O irlandês de olhar misterioso e poucas palavras lhe oferece uma vaga em uma de suas empresas. Só tem um probleminha: seu novo chefe é exatamente igual ao guerreiro dos seus sonhos. Enquanto tenta manter a má sorte longe do escritório, Briana acaba por misturar realidade e fantasia e se apaixona pelo belo, irresistível e enigmático Gael. Em uma viagem à Irlanda, a paixão explode e, com ela, o mundo de Briana, pois a garota vai descobrir que seu conto de fadas está em risco — e que talvez nem mesmo o amor verdadeiro seja capaz de triunfar..."

A jovem Briana Pinheiro, de 23 anos, é uma garota doce e divertida, além de ser a pessoa mais desastrada e azarada do universo. Essa sua má sorte sempre lhe rende enormes confusões, e também contribuiu para que ela nunca permaneça em um mesmo emprego por muito tempo — isso não foi diferente no restaurante onde trabalhava, onde causou um enorme problema para o dono e foi mandada para o olho da rua. Foi a terceira vez no mês. E como não podendo ficar desempregada, Briana logo se vê obrigada a procurar por algum emprego.

Desde a morte de seu pai há cinco anos a situação para sua família não ficou nada fácil, a mãe dela está se esforçando para conseguir manter a pensão da família, que está indo de mal a pior. Sendo assim, o dinheiro de Briana é mais do que essencial para ajudar no sustento das coisas. Além disso, há exatos cinco anos que a jovem continua tendo o mesmo sonho durante as noites: ela é levada para um mundo distante, com guerreiros, castelos e um guerreiro irlandês que lhe roubou o coração.

“Tem dias em que tudo dá tão errado que a pessoa se pega pensando que não deveria ter saído da cama nem para ir ao banheiro, só para evitar que, sei lá, quando fosse acionar a descarga acidentalmente quebrasse alguma coisa e a casa se transformasse em uma enorme piscina. Deve ser legal ser essa pessoa, pensei, me afastando da porta, desanimada. Ter apenas um dia ruim, ao contrário do que acontecia comigo, que vivia uma catástrofe todo santo dia.”

Porém, dessa vez, Aisla (a irmã caçula de Briana e meio maluquinha) está diferente que a situação finalmente vai mudar e recomenda que sua irmã tente uma vaga de emprego em uma empresa de engenharia. O que Briana tem a perder? Nada. O que pode dar errado? Muitas coisas. E antes mesmo da entrevista começar tudo acaba indo por água abaixo: Briana conseguiu estragar o bebedouro que deixar o escritório alagado, sem contar que quase foi atropelada ao sair do edifício.

A primeira coisa que se depara ao abrir seus olhos é com Lorcan O’Connor, o guerreiro irlandês de seus sonhos por quem ela é apaixonada. Briana está ficando louca, aquela é a única explicação por estar bem diante do homem de seus sonhos — eles são parecidos em todos os aspectos, apenas os olhos e os cabelos que são diferentes. Sim, ela só pode estar delirando, afinal de contas como mais poderia explicar aquela situação? Como um cara de seus sonhos poderia ser real?

"O que se deve dizer ao ficar cara a cara com seu amante imaginário, que na verdade não é seu amante imaginário, mas seu chefe?"
Apesar da grande coincidência quem quase lhe atropelou foi Gael O’Connor, um irlandês rico que conseguiu seu sucesso explorando minas de metais preciosos. E, por sinal, ele também é o dono da empresa de engenharia onde Briana havia acabado de sair após a confusão que causara. Gael insiste em levá-la ao médico para conferir se tudo estava bem com a sua saúde, se ela não tinha se machucado muito, e depois de uma consulta e alguns pedidos de desculpa os dois saíram para beber.

Além de ter encontrado o homem de seus sonhos — literalmente! — Briana, por incrível que pareça, conseguiu o trabalho na empresa de Gael. Pelo jeito a previsão de Aisla estava certa, a sorte de Briana estava começando a mudar.

Trabalhar como assiste pessoal de Gael O'Connor até que não está sendo muito ruim, pelo contrário. Ela precisa apenas mandar alguns e-mails e verificar a agenda de compromissos do homem, além de auxiliá-lo em algumas viagens. E o mais impressionante é que mesmo se metendo em algumas confusões como atacar o seu chefe com uma régua ao confundi-lo com um assaltante, ou deixá-lo pelado em publico, Briana ainda não foi demitida. Esse é o seu recorde! Porém, outras complicações podem acabar surgindo quando ela percebe que está se apaixonando pelo seu chefe, isso sim que pode dar uma tremenda confusão, afinal de contas ela e Gael são de mundos completamente diferentes.

"Da mesma maneira que não era capaz de me manter em um emprego, de ter um encontro sem acabar no pronto socorro, também nunca fui boa em seguir conselhos."

Quando fiquei sabendo sobre "Quando a Noite Cai" coloquei uma grande expectativa no livro, e é com alegria que eu posso dizer que todas elas foram cumpridas. Foi melhor do que eu poderia imaginar! Carina Rissi conseguiu desenvolver um plot twist incrível, e a história está longe de se tratar de um clichê.

A autora conseguiu fazer outro casal apaixonante: Briana e Gael. A minha vontade foi de colocar os dois dentro de um potinho e nunca mais soltar. E outra personagem que eu amei foi a Aisla, a irmã mais nova de Briana. Mesmo se tratando de uma personagem secundária, a caçula da família Pinheiro conseguiu roubar a cena em vários momentos. Também achei interessante o fato da Carina ter pesquisado sobre alguns costumes e lendas da Irlanda, isso deu uma maior credibilidade.