Resenha: Mr. Mercedes

06:08

Título: Mr. Mercedes
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma de Letras
Número de páginas: 400
Classificação: 4/5

Sempre tive vontade de ler um livro do Stephen King, afinal de contas ele é um autor bastante conhecido por escrever ótimos livros de suspense e mistério. Então aproveitei a trilogia Bill Hodges para ler uma obra do King e agora tenho um novo autor favorito.
"Nas frigidas madrugadas, em uma angustiante cidade do Centro-Oeste, centenas de pessoas desempregadas estão na fila para uma vaga numa feira de empregos. Sem qualquer aviso um motorista solitário irrompe no meio da multidão em um Mercedes roubado, atropelando os inocentes, dando ré e voltando a atropelá-los. Oito pessoas são mortas, quinze feridos.
Em outra parte da cidade, meses mais tarde, um policial aposentado chamado Bill Hodges é ainda assombrado por um crime sem solução. Quando ele recebe uma carta enlouquecida de alguém que se auto-identifica como privilegiado e ameaça um ataque ainda mais diabólico, Hodges acorda de sua deprimente e vaga aposentadoria, empenhado em evitar outra tragédia.
Brady Hartfield vive com sua mãe alcoólatra na casa onde ele nasceu. Ele adorou a sensação de morte sob as rodas da Mercedes, e ele quer aquela corrida de novo. Apenas Bill Hodges, com um par de aliados altamente improváveis, pode prender o assassino antes que ele ataque novamente. E eles não têm tempo a perder, porque na próxima missão de Brady, se for bem sucedido, vai matar ou mutilar milhares.
Mr. Mercedes é uma guerra entre o bem e o mau, do mestre do suspense, cuja visão sobre a mente deste obcecado assassino insano é arrepiante e inesquecível."
A trama se inicia durante o amanhecer de uma cidade do Centro-Oeste. Em tese é um dia comum como todos os outros, tirando o fato de que alguns  desempregados estão acampando em uma fila enquanto esperam abrir a Feira de Empregos. Muitas dessas pessoas saíram no meio da noite, estão sendo obrigadas a enfrentar o frio e a umidade, mas apesar da situação difícil eles têm a esperança de conseguir alguma coisa. É nesse cenário que conhecemos Augie e Janice — uma mãe solteira e desempregada que levou sua filha junto de si. Muitos a consideram como irresponsável por expor um bebê a essas condições, porém não tinha a outra alternativa.

O que ninguém poderia esperar era que aquela situação fosse ideal para um crime. Sim. Debaixo da névoa a multidão percebeu que tinha algo de errado acontecendo, e não demorou muito para que um Mercedes-Benz surgisse desgovernado. Dessa tragédia oito pessoas morreram e várias outras ficaram feridas. Esse foi um crime que chocou algumas pessoas pela sua magnitude, e o fato de o assassino ter saído ileso e escapado da polícia não tranquiliza em nada a população que teme a possibilidade de outro ataque ocorrer novamente.
“Ainda revivo os ruídos daquele dia, o som dos ossos sendo esmagados e a forma como o carro sacudiu nos amortecedores quando passou por cima dos corpos. Se quiser poder e controle, é só pegar um Mercedes de 12 cilindros! Quando li no jornal que um bebê estava entre as vítimas, fiquei extasiado!! Arrancar uma vida tão jovem! Pense só em tudo que ela perdeu, hein?”
E ao logo da leitura a vida de cinco personagens principais acaba se entrelaçando na tentativa de tentar descobrir a identidade do assassino da Mercedes: Bill Hodges, Jerome Robinson, Janelle Patterson, Holly Gibney, Brady Hartsfield.

Bill é um detetive que se aposentou após décadas de serviço, e mesmo tendo solucionado vários casos ele se arrepende de ter entregado o caso da Mercedes para o seu parceiro, Pete. O Hodges ainda se sente atormentado por nunca ter solucionado o crime, e isso não contribui em nada para a sua vida de aposentado que anda bastante desanimada de modo que o suicídio não foi totalmente descartado — em alguns momentos ele se senta em frente à TV e pega a sua .38, mas nunca chegou ao ponto de puxar o gatilho.

Sua vida acaba tendo uma reviravolta quando ele recebe uma carta anônima do suposto assassino, que provoca Bill para que ele tente descobrir a sua verdadeira identidade. É nesse momento que a vida do detetive aposentado acaba dando uma reviravolta, e para tentar solucionar o caso ele passa a contar com a ajuda de algumas pessoas: Jerome, o seu vizinho que o ajuda cortando grama e o ensina a mexer com algumas tecnologias; Janelle, a a irmã da falecida Olivia Trelawney, a dona da arma do crime e de Holly, prima de Janelle e que sofre de alguns distúrbios psicológicos.
“Toda religião mente. Todo preceito moral é uma ilusão. Até as estrelas são miragem. A verdade é a escuridão, e a única coisa que importa é fazer uma declaração antes de se entrar nela. Rasgar a pele do mundo e deixar uma cicatriz. É disso que se trata a história, afinal: cicatrizes.”
Já Brady, é um rapaz que teve uma infância complicada tendo de lidar com a ausência do pai e o alcoolismo da mãe. Ele parece ser um cara normal que trabalha em dobro para conseguir entrar em uma faculdade, mas a verdade é muito mais sombria. Foi ele que cometeu o crime (quase) perfeito do assassino envolvendo a Mercedes, e parece que isso não foi o suficiente para que ele se contentasse. Ele quer mais, e também tem um enorme desejo de se tornar conhecido e de ter o seu nome entrando para a história.

A narrativa mostra um verdadeiro jogo de rato e gato. De um lado está o detetive Bill Hodges tentando descobrir quem é o assassino e o prendê-lo pelos crimes cometidos, além de desvendar algumas lacunas do crime que precisavam ser completadas. E do outro está Brady Hartsfields, que com sua mente maligna planeja cometer outro assassino e que tem plena certeza de que não será capturado.
“Vou matar você. Você não vai nem me ver chegando. Vou matar você”.
Inicialmente senti um pouco de sono durante a leitura, foi durante o momento em que eu estava me adaptando ao estilo de escrever do autor. Depois, acabou fluindo com uma enorme rapidez. Fiquei completamente presa na trama, no jogo de gato e rato e querendo saber o que iria acontecer. Não é um livro em que você sabe que vai acontecer em seguida, muito pelo contrário, o leitor acaba sendo pego de surpresa.

E me admirei com a capacidade de King ter criado um personagem tão perverso como Brady Hartsfields, era como se eu estivesse vendo um criminoso que passa nos programas do Investigação Discovery. Eu senti muita repulsa dele, não consigo entender como uma pessoa é capaz de cometer tantas atrocidades e não sentir nenhuma repulsa ou arrependimento de seus atos. Tudo bem que ele teve uma infância muito complicada e que sofreu diversos abusos, mas nada disso justifica o que ele fez. Brady simplesmente é um personagem extremamente perverso.

Essa foi a primeira experiência que tive lendo um livro do Stephen King. Admito que estava insegura e não sabia ao certo o que esperar, pois se tratava de um autor que eu ainda não conhecia e de um gênero que eu não estava acostumada. Saí completamente da minha zona de conforto lendo "Mr. Mercedes", e no final foi uma experiência que eu gostei bastante e mal posso esperar para ler os outros volumes da trilogia.

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2 comentários

  1. Oii, adorei a resenha. Sempre tive muito medo de ler os livros do Stephen King, porque sei que alguns são mais terror que suspense. Não sei se terei coragem de ler esse, mas a resenha me deixou curiosa.
    Beijos!
    http://dicas-malu.blogspot.com.br/

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  2. mesmo com essa magnifica de mr mercedesnao sinto vontade de ler, mas irei ler pois claro, como um bom fa de king, nao irei me arrepender

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