Meu Ășltimo dia de vida

As palavras que consigo encontrar nĂŁo sĂŁo o suficiente para o que eu quero transmitir nesse texto, nem mesmo com anos conseguiria transmitir a mensagem que eu quero com as palavras exatas e nĂŁo sei o tempo que ainda tenho pela frente, entĂŁo achei algumas frases adequadas e que conseguem expressar muito bem o que eu quero dizer.
"Para uma mente bem estruturada, a morte Ă© apenas uma aventura seguinte!"  Albus Dumbledore, Harry Potter e a Pedra Filosofal
 "Essa ligação Ă©... Ă© o meu bilhete. É isso que as pessoas fazem, nĂŁo Ă©?"  Sherlock, The Reichenbach Fall 
Apesar do tom suicida que predomina no inicio do texto isso estĂĄ longe de ser um bilhete, tenho somente 17 anos e espero viver muitos anos e nĂŁo tenho nenhum motivo para tirar a minha prĂłpria vida. Mas de qualquer jeito hoje resolvi escrever um pouco sobre a morte, para ser mais precisa sobre o que eu faria no meu Ășltimo dia de vida apĂłs ver vĂ­deos e fotos de alguns atores e atrizes falando o que eles fariam se hoje fosse o seu Ășltimo dia de vida/se o mundo acabasse amanhĂŁ.

  1. Reynaldo Gianecchini: NĂŁo sei o que faria. Acho que ia tentar ficar com as pessoas que eu amo.
  2. Crystal Reed: Minha Ășltima refeição seria um monte de glĂșten e carne, porque eu nĂŁo como nenhum dos dois.
  3. Dylan O' Brien: Eu teria uma boa refeição, frango empanado. E eu iria em um jogo dos Mets e correria pelado pelo campo. 
  4. Douglas Booth: Eu ficaria com a minha famĂ­lia e amigos, claro (...) Eu iria para algum lugar bonito, andar de ski... faria varias atividades com alta adrenalina e torceria para morrer antes do fim do mundo.
  5. Emma Watson: Nossa, teria tantos lugares que nunca conheci e nĂŁo teria mais a chance de conhecer. Acho que iria direto para o aeroporto! E... Eu iria para o Brasil! 
  6. Logan Lerman: NĂŁo sei, acho que quebraria algumas regras impostas pela sociedade. Acho que eu tiraria minha roupa e sairia correndo pelado por aĂ­! 
Depois de ver esses depoimentos e outros eu passei algumas horas pensando sobre o que eu faria caso hoje fosse Ășltimo dia de vida/se o mundo acabasse amanhĂŁ.

Eu: A primeira coisa em que eu pensei foi "Tentar colocar as minhas sĂ©ries em dia", mas depois de alguns minutos eu percebi que isso iria durar mais tempo do que eu realmente teria e isso vale para os livros que eu tenho e ainda nĂŁo li e alguns que quero reler. Provavelmente comeria algo que eu gosto como Kit Kat ou uma barra de Diamante Negro, ninguĂ©m sabe o que vem depois da morte e por isso acho que Ă© bom estar preparada para tudo, inclusive com comida, a ideia de passar fome eternamente nĂŁo Ă© muito atraente. Apesar da opção "sair correndo pelado por aĂ­" ter sido citada duas vezes - primeiro o Dylan e depois o Logan - Ă© algo que eu nĂŁo faria, apesar de ser considerada como louca por algumas pessoas isso ultrapassaria todos os nĂ­veis da minha loucura. TambĂ©m adoro viajar, mas sĂŁo tantos lugares que eu nĂŁo conheço e que tenho vontade de conhecer que eu precisaria do Doctor junto da TARDIS.

Acho que em sua situação como essa alguns clichĂȘs sĂŁo os melhores, iria gastar as minhas Ășltimas horas de vida junto dos meus amigos e da minha famĂ­lia. NĂŁo me importo que essa decisĂŁo seja um clichĂȘ bĂĄsico, Ă© apenas uma questĂŁo de priorizar o que eu tenho de mais importante na vida. E se tenho apenas algumas horas de vida/o mundo estĂĄ prestes a acabar eu nĂŁo preciso fazer isso sozinha, a amizade envolve a uniĂŁo desde os momentos mais felizes atĂ© os mais trĂĄgicos e a famĂ­lia Ă© um dos bens mais preciosos que alguma pessoa pode ter na vida, sempre vai ter alguĂ©m para te estender a mĂŁo e ficar do seu lado mesmo que o restante do mundo te odeie.
 E depois alguĂ©m se interessar e quiser ver o vĂ­deo onde a Crystal e o Dylan falam isso aqui estĂĄ o link.

Resenha: Quem Ă© VocĂȘ Alasca?

TĂ­tulo: Quem Ă© VocĂȘ Alasca?
Autor(a): John Green
Editora: WMF Martins Fontes
NĂșmero de pĂĄginas: 229
Classificação: 5/5

Conheci o John Green com o livro A Culpa Ă© das Estrelas, o livro mexeu comigo de uma maneira impressionante que eu resolvi ler outras obras desse autor genial. Essa foi uma das minhas maiores motivaçÔes para ler Quem Ă© VocĂȘ Alasca?, sem contar que algumas poucas amigas minhas que leram o livro começaram a postar nas redes sociais fotos do livro e frases extremamente profundas. Do mesmo modo que eu acabei me apaixonando por A Culpa Ă© das Estrelas, Teorema Katherine, o mesmo aconteceu com esse livro. Consequentemente, tambĂ©m acabou aumentando a minha adoração pelo John Green, um Ăłtimo escritor e um grande gĂȘnio.
"Miles Halter Ă© um adolescente fissurado por cĂ©lebres Ășltimas palavras — e estĂĄ cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola Ă  procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava Ă  beira da morte, chamou de o 'Grande Talvez'. Muita coisa o guarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, espirituosa, problemĂĄtica e extremamente sensual, Alasca levarĂĄ Miles para o seu labirinto e o catapultarĂĄ em direção ao 'Grande Talvez'". 
Miles Halter — ou Gordo — Ă© um garoto que leva uma tĂ­pica vida de uma famĂ­lia americana, porĂ©m nĂŁo se sente feliz com a prĂłpria vida que leva, descrevendo-a como "vidinha medĂ­ocre", alĂ©m de nĂŁo ter amigos em sua escola, apenas "colegas" que se resumem nos alunos da aula de teatro e os geeks do inglĂȘs com quem ele se senta no refeitĂłrio de sua escola por necessidade social. Por esse motivo, ele decide deixar sua casa na FlĂłrida para se mudar para um internato no Alabama onde seu pai jĂĄ estudou. Essa nĂŁo foi uma decisĂŁo que agrada muito os seus pais — principalmente a sua mĂŁe — que criam algumas hipĂłteses para a sua vontade de ir embora. Quando tudo, na verdade, se resume na inspiração que Miles tem por François Rabelais, um poeta cujas Ășltimas palavras foram: "Saio em busca de um Grande Talvez". Ele explica que nĂŁo quer ter de morrer para começar a sua busca pelo Grande Talvez, portanto estĂĄ indo embora.

Como uma espĂ©cie de tradição familiar Miles, acaba indo para a Culver Creek, o internato onde seu pai estudou quando jovem. E as coisas nĂŁo começam a acontecer do jeito que ele esperava. Para começar, teve de se agachar para tomar o seu banho visto que o chuveiro parecia ser feito para pessoas com um metro e dez de altura, e ele com os seus 1, 80m precisou dar o seu jeito para se banhar. Logo em seguida, estando apenas com sua toalha amarrada na cintura, acaba conhecendo o seu colega de quarto Chip Martin — ou Coronel —, um rapaz baixo com no mĂĄximo 1,50m, musculoso e com um emaranhado de cabelo castanho.          
 "Bonito, pensei, vou conhecer o meu companheiro de quarto, pelado".
 "— Meu nome Ă© Chip Martin — anunciou uma voz grave, a voz de um DJ de rĂĄdio. Antes que pudesse responder, ele acrescentou: — Eu o cumprimentaria, mas acho melhor vocĂȘ continuar segurando essa toalha atĂ© terminar de se vestir".   
A amizade que se estabelece entre os dois Ă© praticamente instantĂąnea. É o Chip que atualiza Miles a respeito de algumas regras da Culver Creek, e tambĂ©m o apresenta para Alasca Young. EstĂĄ, Ă© uma jovem enigmĂĄtica, sedutora, questionadora, rebelde e para a infelicidade de Miles ela tem um namorado. Mas esse Ășltimo fator nĂŁo impede que ele se apaixone por ela, ambos desenvolvem uma amizade e vĂŁo se tornando cada vez mais prĂłximos por Miles decidir ajudar a jovem rebelde a tentar descobrir o que Simon BolĂ­var queria dizer com suas Ășltimas palavras: "Como sairei deste labirinto?". Juntos Miles, Chip e Alasca acabam se envolvendo em tĂ­picos problemas de adolescentes, lidam com decepçÔes amorosas e tem de aprender a lidar com a perda.
 "NĂŁo sabia se podia confiar nela e jĂĄ estava cansado de sua imprevisibilidade - fria num dia, meiga no outro; irresistivelmente sedutora em um momento e insuportavelmente chata em outro."  
O que me atraiu principalmente nesse livro foi a personagem Alasca Young, primeiramente achei bastante incomum o nome dela e por algum motivo comecei a gostar dela a partir desse instante. TambĂ©m existe o fato de que ela tem um grande nĂșmero de livros e os chama de "Biblioteca da Minha Vida", como sou viciada em ler,  me encontrei nesse trecho. Sem contar que ela Ă© uma personagem mais profunda do que realmente aparenta ser, inicialmente achava que ela era apenas uma garota-problema que de certa forma tentava chamar atenção para si mesma, mas na verdade Ă© muito mais profunda do que isso.
"— VocĂȘs fumam para saborear. Eu fumo para morrer".
 "... se as pessoas fossem chuva, eu seria a garoa e ela, um furacĂŁo".
Esse livro tambĂ©m me fez refletir sobre o "Grande Talvez", e cheguei Ă  conclusĂŁo que Miles conseguiu encontrar o que tanto procurava, a partir do momento em que ele resolveu deixar sua casa para ir estudar em Culver Creek, quando se tornou amigo do Chip e da Alasca e fez coisas que nunca imaginou que iria fazer em algum dia de sua vida.
 "— NĂŁo posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando sobre que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro Ă© uma espĂ©cie de nostalgia".
Também foi interessante tratar um algo muito comum entre os jovens, que é o amor não correspondido. Muitas vezes, para algumas pessoas isso pode ser o sinÎnimo de fim do mundo.
"Eu queria ser o seu Ășltimo amor. Mas sabia que nĂŁo era. Sabia e a odiava por isso. Eu a odiava por nĂŁo se importar comigo. Eu a odiava por ter me deixado naquela noite. E odiava a mim mesmo por tĂȘ-la deixado ir embora, porque, se eu tivesse sido suficiente, ela nĂŁo teria querido ir embora. Simplesmente, teria se deitado comigo, conversando e chorado. Eu a teria ouvido e teria beijado as lĂĄgrimas que caĂ­am dos seus olhos".
Para quem estĂĄ Ă  procura de algo profundo, um tanto reflexivo e inovador esse livro Ă© uma Ăłtima opção. Mesmo que existam alguns clichĂȘs, acho que sĂŁo essenciais. Tirando isso, gostei da caracterização de cada um dos personagens e cada um com o seu vĂ­cio incomum: Miles, o fissurado por cĂ©lebres Ășltimas palavras; Chip, com uma boa memĂłria decorou o nome de todos os paĂ­ses; e Alasca, uma garota cheia de livros, sendo que talvez tenha ao lido ao todo um terço do que tem, mas pretende ler todos.

Resenha: Lola e o Garoto da Casa ao Lado

TĂ­tulo: Lola e o Garoto da Casa ao Lado
Autor(a): Stephanie Perkins
Editora: Novo Conceito
NĂșmero de pĂĄginas: 288
Classificação: 4/5

Como uma grande fĂŁ de mechas coloridas a primeira coisa que me chamou atenção no livro foi o cabelo de Lola, e a sinopse do livro me deixou confiante que essa histĂłria estava longe de ser algo muito clichĂȘ e que seria uma boa fonte de risadas.

"A designer-revelação Lola Nolan nĂŁo acreditava em moda... ela acredita em trajes. Quanto mais expressiva for a roupa - mais brilhante, mais divertida, mais selvagem - melhor. Mas apesar de o estilo de Lola ser ultrajante, ela Ă© uma filha e uma amiga dedicada com grandes planos para o futuro. E tudo estĂĄ mais perfeito (atĂ© mesmo com seu namorado roqueiro gostoso) atĂ© os gĂȘmeos Bell, Calliope e Cricket, voltarem ao seu bairro. Quando Criket - um inventor habilidoso-  sai da sombra de sua irmĂŁ gĂȘmea e volta para a vida de Lola, ela finalmente precisa conciliar uma vida de sentimentos pelo garoto da porta ao lado."

Dolores Nolan (mais conhecida por seu apelido Lola) estĂĄ longe de ser uma tĂ­pica garota comum, para começar foi criada por seu tio gay e o marido dele jĂĄ que sua mĂŁe Ă© uma alcoĂłlatra que nĂŁo quis cuidar da filha, preferindo dar sua filha para o irmĂŁo criar do que Ă  "abandonar" nas ruas. Se jeito de se vestir Ă© muito extravagante - nunca repete a mesma roupa, usa diversas perucas e maquiagens chamativas -  e o que eu gosto disso Ă© que ela nĂŁo se importa com a opiniĂŁo alheia. E ela mentiu sua idade para Max, seu namorado roqueiro quando eles começaram a sair, ele Ă© mais velho, toca em uma banda, fuma, bebe e nĂŁo tem a aprovação dos pais de Lola. AlĂ©m do mais ela tem uma lista de desejos bem peculiar.  
"Tenho trĂȘs desejos bem simples. Sem dĂșvida, pedir por eles nĂŁo Ă© demais. O primeiro Ă© participar do baile de inverno vestida de Maria Antonieta. Quero uma peruca que, de tĂŁo trabalhada, poderia engaiolar um pĂĄssaro e um vestido tĂŁo largo que eu sĂł serei capaz de entrar no salĂŁo atravĂ©s de portas duplas. Mas quando eu chegar lĂĄ, vou segurar as saias no alto para revelar um par de coturnos de plataforma, sĂł para que todo mundo veja que, por baixo dos babados, sou durona feito punk rock.
O segundo Ă© que meus pais aprovem meu namorado. Eles o odeiam. Odeiam seu cabelo descolorido, sempre com raĂ­zes escuras, e odeiam  seus braços, tatuados com teias de aranha e estrelas.Dizem que ele tem um ar de superioridade e um sorrisinho presunçoso. E estĂŁo fartos de ouvir a mĂșsica que ele toca explodindo de meu quarto e cansados de brigar por causa de cada hora que eu devo voltar para casa sempre que saio para ver a banda dele tocar em clubes.
 E o meu terceiro desejo?
Nunca, jamais, em hipĂłtese alguma, voltar a ver os gĂȘmeos Bell. Nunca mais." 
Infelizmente alguns de seus desejos acabam saindo de forma diferente de como ela gostaria, e isso envolve a volta dos gĂȘmeos Bell para o seu bairro. A sua relação com Criket tem seus pontos altos e baixos, em alguns momentos acabam comentando sobre o passado que tem uma grande influĂȘncia sobre o estado em que se encontra a relação entre os dois.

A leitura do livro Ă© rĂĄpida e aconchegante, perfeita para alguĂ©m que quer dar boas risadas e que jĂĄ se cansou de alguns tĂ­picos clichĂȘs.

Resenha: Um Gato de Rua Chamado Bob

TĂ­tulo: Um Gato de Rua Chamado Bob
Autor(a): James Bowen
Editora: Novo Conceito
NĂșmero de pĂĄginas: 240
Classificação: 5/5


Eu tenho uma admiração entre a amizade que algumas pessoas conseguem estabelecer com seus animais, na minha opiniĂŁo Ă© um dos tipos de amizades mais pura e sincera que pode existir. Na sociedade em que vivemos as pessoas se tornaram muito individualistas e isso consequentemente acaba implicando nas relaçÔes pessoas de uma pessoa, na maioria das vezes sempre olham primeiro para o seu prĂłprio umbigo antes de pensar no outro. JĂĄ a relação entre homem X animal nĂŁo tende ser egocĂȘntrica ou individualista, apesar de que nem tudo se resume em paz e amor. Infelizmente, existem certas pessoas que possuem um tipo de gosto desprezĂ­vel que Ă© o maltrato de animais, mas agora em questĂŁo esse Ă© um assunto que nĂŁo vem muito ao caso.

Desde pequena sempre tive um amor infinito por cĂŁes e se tratando de gatos nunca tive uma opiniĂŁo inteiramente formada, em uma Ă©poca achei que eles eram animais malvados devido o filme da Disney Cinderela onde tem o LĂșcifer que Ă© um gato extremamente malvado, e tambĂ©m nos dois filmes de A Dama e o Vagabundo. Com esses dois filmes acabei tendo uma imagem de que os gatos estavam longe de ser a companhia mais agradĂĄvel que um homem pode ter, mas apĂłs o filme Aristogatas acabei mudando a minha cabeça e uma fascinação por gatos começou a crescer dentro de mim. Apesar de nĂŁo ter um gato de estimação acho esse ser um pouco misterioso e muito fotogĂȘnico.

E um fato sobre mim: eu adoro ruivos, independente se for uma pessoa ou um animal.  

Foram esses trĂȘs fatores que me chamaram atenção na capa do livro Um Gato de Rua Chamado Bob, e depois de dar uma lida no livro achei uma emocionante histĂłria de superação e amizade. Acredito que os animais acabam fazendo a diferença na vida das pessoas e foi isso que certo gatinho de rua e com o pelo alaranjado - Bob -,  fez com James Bowen, um ex-viciado, que tem problemas como transtorno bipolar e TDA/H, e que estĂĄ tentando reconstruir sua vida trabalhando como mĂșsico nas ruas de Londres.
"Ter Bob comigo havia feito a diferença na forma como eu estava vivendo a vida. AlĂ©m de me trazer mais rotina e senso de responsabilidade, ele me fez dar uma boa olhada em mim mesmo." 
Ao longo da leitura fiquei impressionada com a relação que foi estabelecida entre James e Bob, uma forte relação de amizade ao ponto do gato seguir seu dono e o acompanhar durante suas apresentaçÔes de mĂșsicas, alĂ©m da ajuda mutua que um ofereceu para o outro. James tirou Bob das ruas e lhe deu um lar alĂ©m de amor, jĂĄ o gatinho serviu como uma espĂ©cie de segunda chance para o mĂșsico.
"Sabia que aquela era a minha chance de mudar a situação. E eu sabia que tinha que a agarrar dessa vez. Se fosse um gato, estaria em minha sétima vida."
Do mesmo modo que Bob cativa as pessoas das ruas de Londres, a histĂłria  de superação e amizade entre os dois acabam cativando o leitor que se emociona desde a primeira atĂ© a Ășltima pĂĄgina.

Um tal de JoĂŁo Verde ft. Libba Bray

NĂŁo me lembro exatamente do dia em que eu resolvi ler A Culpa Ă© das Estrelas de John Green, provavelmente deve ter sido pelo grande nĂșmero de pessoas que estavam lendo esse livro e postando frases dele no tumblr, twitter, facebook... Isso me deixou muito intrigada para ler esse livro que estava fazendo sucesso com praticamente todo mundo. Foi preciso que eu deixasse a minha preguiça um pouco de lado para sair e comprar esse livro.

Um dos comentĂĄrios que eu mais escutei sobre o livro foi "VocĂȘ vai chorar lendo ele", entĂŁo jĂĄ estava me preparando emocionalmente algo cheio de drama de inicio ao fim, para ver personagens que viriam a se tornar meus preferidos morrendo. Mas quando eu comecei a ler nĂŁo achei algo tĂŁo dramĂĄtico como imagina, tudo bem que Ă© triste ver uma jovem com cĂąncer e sem muito Ăąnimo para viver, mas isso Ă© uma realidade de milhares de pessoas. A vida seria um mar de rosas se sĂŁo existissem doenças feito o cĂąncer, as pessoas que sofrem dessas doenças iriam ter uma vida mais longa e sem muito sofrimento, no entanto a vida estĂĄ longe de ser fĂĄcil tanto para as pessoas que sofrem de alguma doença grave ou que tem uma saĂșde perfeita. No livro Louco aos Poucos da Libba Bray, conta a histĂłria de um adolescente que descobre que tem uma doença sĂ©ria e ele vai morrer e ao longo das pĂĄginas a autora faz um questionamento sobre a vida que eu acho que combinam com A Culpa Ă© das Estrelas.    

"—Eu vou melhorar?
Seu corpo empertigado vai amaciando a cada minuto que passa.
—VocĂȘ tem que perguntar isso para o seu mĂ©dico, Cameron.
Gosto da maneira como ela pronuncia o meu nome, como se ele tivesse mais sĂ­labas do que realmente tem.
—É que... ninguĂ©m diz nada, sabe como Ă©?
Glory olha em direção ao corredor, onde ela tem gråficos para arquivar e pacientes para examinar.
—Isso acontece porque ninguĂ©m entende como a coisa funciona nem o porquĂȘ. Por que Deus leva os bons e jovens ou porque sofremos. NĂŁo entendo por que Ele levou a minha filhinha que teve cĂąncer com apenas cinco anos de idade."
— Louco aos Poucos, Libba Bray.      
"NĂŁo posso falar da nossa histĂłria de amor, entĂŁo vou falar de matemĂĄtica. NĂŁo sou formada em matemĂĄtica, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de nĂșmeros entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhĂŁo. Alguns infinitos sĂŁo maiores que outros. Um escritor de quem costumĂĄvamos gostar nos ensinou isso. HĂĄ dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais nĂșmeros do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais nĂșmeros para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, vocĂȘ nĂŁo imagina o tamanho da minha gratidĂŁo pelo nosso pequeno infinito. Eu nĂŁo o trocaria por nada nesse mundo. VocĂȘ me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso." — A Culpa Ă© das Estrelas, John Green.
Eu sou atraĂ­da por livros em que acabam fazendo um questionamento sobre a vida humana ou sobre qualquer outro assunto, gosto de ficar filosofando e criando teorias sobre esses questionamentos. Mas voltando ao assunto principal desse texto, acabei me apaixonando pelo modo do John Green escrever e expor suas ideias que pessoalmente eu considero geniais. Logo que acabei  A Culpa Ă© das Estrelas sai em busca de mais livros dele para ler e o escolhido acabou sendo Teorema Katherine. Esse livro eu nĂŁo gostei tanto como A Culpa Ă© das Estrelas, sou pĂ©ssima em matemĂĄtica e as vezes ficava sem entender a lĂłgica que o Colin criou para explicar a sua relação com suas antigas namoradas (todas chamadas Katherine), se Ă s vezes eu me matava para entender um conteĂșdo idiota de funçÔes que a minha professora passava, a lĂłgica que  criada no livro foi pior ainda. E mesmo sabendo que o Colin Singleton Ă© apenas um personagem fictĂ­cio eu nĂŁo escondo que sinto uma inveja branca dele e eu gostaria de ser inteligente como ele e ter essa facilidade para matemĂĄtica.

O prĂłximo da lista acabou sendo Cidades de Papel e eu fiquei fascinada com a personagem Margo Roth Spiegelman, uma garota profunda que me lembrou um pouco a minha amiga por ela nĂŁo ser o que realmente aparenta. No inicio do livro vocĂȘ acha que Margo leva uma vida que pode ser considerada perfeita, ela tem 18 anos, mora com seus pais e com sua irmĂŁ, Ă© uma garota bonita e popular. Mas isso Ă© apenas o lado de fora, por dentro ela Ă© uma pessoa muito mais profunda que sofre de conflitos internos e que tem um relacionamento conturbado com seus pais. E assim como todos os personagens do John Green ela Ă© brilhante, o modo que ela planejou sua busca foi algo que me deixou impressionada. A Ășnica vez que eu "fugi" de casa acabei indo para a escada de emergĂȘncia no meu prĂ©dio e fiquei por lĂĄ durante uns 15 minutos antes de voltar para a minha casa.

Adquiri Quem Ă© VocĂȘ Alasca? durante a minha viagem para o Rio de Janeiro, nĂŁo estava conseguindo encontrar esse livro nas livrarias da cidade de onde eu moro e quase vibrei quando consegui comprar esse livro, foi como um pequeno desejo se realizando. Durante a leitura eu acabei me identificando com o personagem principal Miles Halter, um jovem que Ă© fissurado por cĂ©lebres Ășltimas palavras, jĂĄ eu sou colecionadora de frases de livros, filmes e sĂ©ries. O final do livro Ă© triste, mas acredito que Alasca tenha ficado feliz ou satisfeita com isso jĂĄ que se tratava de uma vontade dela, e acredito que ela tenha vivido intensamente apesar de ser jovem quando morreu. A mente dela era um verdadeiro enigma, assim como ela.

"VocĂȘs fumam para saborear. Eu fumo para morrer."  Quem Ă© VocĂȘ Alasca?, John Green
"—Acho que a pessoa nĂŁo deve morrer enquanto nĂŁo estiver pronta. AtĂ© quando vocĂȘ tenha esgotado cada pedacinho de vida possĂ­vel."  — Louco aos Poucos, Libba Bray.      
O que mais eu adorei de Will & Will- Um nome, um destino, Ă© que o livro acaba saindo do clichĂȘ bĂĄsico de "garoto ama garota, ela retribui o sentimento, eles começam a namorar e dependendo do autor podem passar o resto da vida juntos e felizes, ou um dos dois acaba morrendo".  Esse livro mostra que nĂŁo tem nada de errado um garoto se apaixonar por um garoto, que vocĂȘ pode ser gordinho(a) e ainda sim vai encontrar alguĂ©m que te ame pelo o que vocĂȘ Ă© e nĂŁo por causa da sua aparĂȘncia.

Acredito que ao longo do texto consegui mostrar os motivos de eu gostar dos livros do John Green, e nĂŁo por causa de ser uma modinha. Eu o considero como um escritor incrĂ­vel, com questĂ”es meio filosĂłficas que acabam me prendendo aos livros, e os personagens e histĂłrias que acabam fugindo dos clichĂȘs com os quais jĂĄ estamos acostumados.