Desapegar

Do que adianta escrever se as palavras certas não aparecem? Qual é o objetivo de me matar para escrever um texto sendo que no final não vou gostar do resultado? Onde vou conseguir arranjar um tema interessante para eu escrever algo?

O bloqueio criativo realmente é um verdadeiro pesadelo para qualquer pessoa que gosta de escrever, por mais que você acabe se esforçando os textos não saem com a tipica qualidade de sempre, de quando você está com criatividade. Acabei perdendo as contas de quantas vezes comecei a escrever algo para postar aqui, sempre acabava apagando o texto ou abandonava ele nos rascunhos do meu celular. A falta de criatividade e a falta de tema foram duas coisas que me perseguiram durante esse mês. Mas finalmente consegui superar isso e, estou aqui para falar sobre algo totalmente diferente sobre "Bloqueio Criativo" ou "Como superar o Seu Bloqueio Criativo".

Desde que me entendo por gente sempre me impressionei com a quantidade de coisas que a minha avó paterna guardava em sua casa, mas na época nunca me interessei em descobrir o motivo dela continuar guardando coisas que tinham mais de 10 ou 20 anos e também nunca a questionei  por isso, afinal de contas ela morava em uma casa grandiosa e tinha espaço para guardar qualquer tipo de quinquilharia que ela desejasse. Mas acredito que tudo na vida é um ciclo que uma hora se acaba, e depois de tantos anos morando naquela grande casa a minha avó resolveu se mudar para um apartamento grande, porém pequeno se considerado com o espaço que ela tinha na antiga casa. Quando isso aconteceu fiquei tão triste pelo fato dela estar se mudando que nem pensei o que ela iria fazer com o monte de coisas, o mais óbvio era que ela acabasse jogando algumas coisas fora. No entanto depois de anos acreditando que ela tinha se livrado de alguns objetos fui descobrir que ela tinha colocado todos em seu apartamento, como é uma questão que nunca vou saber.

Não vou esconder que acabei repudiando um pouco a decisão da minha avó de manter certos objetos, como por exemplos a roupa da minha tia quando ela era criança. Tudo bem guardar uma coisa ou outra de quando o seu filho era pequeno, mas um monte de coisas já acho desnecessário. Para mim é mais necessário você passar algumas coisas para frente quando elas deixam de ser útil para você, mas pode servir perfeitamente para outra pessoa. Porém não adianta discutir isso com uma senhora de 80 e poucos anos que não vai mudar sua opinião sobre as coisas, principalmente se essa senhora for a minha avó, uma mulher forte como ferro quando se trata de defender os princípios que ela acredita ou para superar os obstáculos da vida.

 No entanto, ontem durante a minha aula de literatura e redação percebi que tenho um pouco desse comportamento acumulativo da minha avó, só que em menor escala. Bastou apenas uma proposta do projeto que vamos realizar na escola para que eu ficasse pensando nesse assunto durante o dia inteiro.
A Proposta: Cada um de vocês vai escolher o seu livro preferido e fazer uma resenha sobre ele. No dia 25 vai ter um encontro com os alunos do segundo ano onde vai ter uma especie de sorteio, você vai dar o seu livro preferido para alguém  e vai receber o livro preferido dessa pessoa. Você vai ler o livro que recebeu e depois vai fazer uma resenha dele.
 Uma proposta realmente interessante, tirando o fato de que até agora estou enfrentando um pouco de dificuldade para escolher um livro favorito entre 140 que tenho na minha estante. Uma tarefa complicada por eu gostar de todos que eu mantenho lá, em casa um desses livros existe algo que me cativa e que me impede de falar "Esse é o meu preferido", de certa forma todos são os meu preferidos.

E também tem o fato de que eu tenho que dar o meu livro favorito para alguém. No inicio desse ano eu fui obrigada a dar alguns livros que eu tinha devido a falta de espaço na minha estante, foi algo doloroso para a a amante de livros que eu sou. E novamente me vejo na situação em que eu tenho que me desapegar de mais um livro.

Pelo menos a professora disse que quem não quiser dar o livro pode comprar um igual para dar para a pessoa, e até agora é isso o que eu vou fazer. Depois de tanto tempo julgando a minha avó por não ser capaz de desapegar de certas coisas eu estou fazendo o mesmo do que ela, gostaria de ter uma facilidade natural de passar algumas coisas para frente acreditando que vou fazer algo de positivo para alguma pessoa, principalmente se tratando de livros que são uma inesgotável fonte de conhecimento.

Ainda tenho um tempo para trabalhar psicologicamente essa questão do desapego, para me despedir do meu livro preferido na esperança de que a pessoa que o receba acabe fazendo um bom uso dele e que consiga desfrutar de uma leitura prazerosa. Se eu conseguir fazer isso acredito que vou acabar crescendo como ser humano. Caso eu acabe comprando novamente o meu livro preferido para dar vai ser uma prova de que ainda não estou preparada para o desapego, que ainda vou precisar trabalhar melhor essa questão.

Acredito que ainda tenho muitos anos pela frente, ou seja, muitas outras oportunidades de me desfazer de um livro preferido ou de algum brinquedo de infância. E quando isso acontecer vou ficar orgulhosa por ter conseguido fazer algo que sempre me pareceu tão difícil e doloroso.

Preconceito

No dia-a-dia, em geral, é muito comum as pessoas julgarem algo ou alguém por causa da aparência física ou pelo que já ouviu falar sobre determinado objeto, pessoa ou lugar.

Eu sou uma garota que possui alguns gostos que podem ser considerados um pouco excêntricos, há uma ano comecei a me interessar por k-pop (música pop coreana) e desde então virou parte da minha rotina escutar comentários preconceituosos por parte dos meus amigos, como por exemplo: "Eles são coreanos!", "Eles têm olhos puxados e são estranhos, um dos caras dessa banda que você gosta parece uma mulher" e "Como você consegue gostar das músicas se nem ao menos fala coreano?". Os comentários são tantos que nem prefiro comentar esse meu gosto por k-pop, e essa situação vale para duas músicas dos Beatles que eu tenho em alemão no meu celular  (Sie Liebt Dich/She Loves Yoy e Komm Gib Mir Deine Hand/ I Want To Hold Your Hand). As pessoas simplesmente criticam por ser uma língua que elas não sabem falar, nem se dão ao trabalho de escutar a música para ver se ela tem um ritmo legal ou não.

O mesmo ocorre com alguns livros que eu leio, já tive que aturar algumas pessoas me questionando por eu gostar de Harry Potter, alegando que o livro é muito fantasioso e que foi feito para crianças. Eu respeito a opinião dessas pessoas mesmo não concordando, afinal de contas gosto é igual a bunda e cada um tem a sua. Mas me pergunto quantas dessas pessoas já leram Harry Potter para darem a opinião delas, é muito fácil criar um ponto de vista sem ter lido um dos livros. Extraordinário de R. J. Palacio, aborda exatamente esse tema do preconceito, das pessoas julgarem sem conhecerem algo realmente. No caso desse livro August Pullman é um garoto que tem uma severa deformidade facial, e quando ele vai para a escola pela primeira vez as pessoas o julgam por sua aparência e são as poucas que tentam conhecer o garoto indo além de seu físico.

Mas as pessoas, objetos e música estão longe de serem os únicos a sofrerem algum tipo de preconceito, não se pode deixar os países de fora dessa. É muito comum boa parte dos estrangeiros julgarem que o Brasil se define em cinco itens: floresta, carnaval, futebol, Rio de Janeiro e São Paulo. E existem outros que nem sabem ao certo a localização do nosso país, eu já conheci uma americana que disse "Eu já estive no Brasil, e depois de Portugal eu fui para a Espanha", de acordo com ela o Brasil fica em Portugal.

A Colômbia também é um outro país que sofre desse pré-julgamento, a primeira coisa que boa parte das pessoas pensam quando escutam falar sobre esse país são as drogas (a maconha é liberada lá), uma conhecida minha, por exemplo já brincou que o pai da amiga da minha irmã era traficante, pois ele e a família estavam prestes a fazer uma viagem para a Colômbia durante as férias. Mas uma colega minha que voltou recentemente  de lá após um intercâmbio de um mês em Medelín, e os relatos dela sobre a viagem como um todo acabou mudando o modo que eu via esse país e acho que causou o mesmo nos meus colegas. Lá é muito mais do que simplesmente drogas, como boa parte das pessoas acham.

O preconceito é algo que está longe de ser erradicado, mas acho que se cada uma das pessoas passarem a respeitar os gostos das outras (independente de se tratar de gosto musical/literário/sexual) já é um grande avanço, além de tentar ver o mundo sob outra perspectiva. Devemos seguir o exemplo de Liesel no filme The Book Thief, Max (um judeu fugitivo) está escondido no porão e pede para a garota contar como está o dia e ela começa a falar que o dia estava nublado até que o judeu a interrompe e diz: "Se os seus olhos falassem, o que eles diriam?" e assim Liesel começa a falar novamente como o tempo está, mas usando algumas funções de linguagem. Precisamos aprender a ver o mundo, as coisas dele e as pessoas dele com um olhar puro e mágico.

Oscar 2014

Sou uma grande fã de cinema e sempre tento ver todos os filmes que estão em cartazes, além de sempre estar tentando acompanhar algumas premiações como o Grammy, Globo de Ouro, MTV Movie Awards, Oscar... Esse último que aconteceu no domingo (2/03) foi o melhor de todas as edições que eu já vi, pelo menos na minha opinião. E por mais que todas as pessoas já estejam sabendo do que aconteceu e quem levou o prêmio, resolvi fazer uma listinha das coisas que mais gostei nessa edição.

  •  A selfie tirada durante a cerimônia 

"Menos de uma hora depois de ser postada no Twitter, a 'selfie' tirada pela apresentadora do Oscar Ellen DeGeneres  durante a cerimônia já atingiu a marca de um milhão de compartilhamentos. A foto foi feita ao lado de alguns atores presentes no evento, como Jared Leto, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Julia Roberts, Bradley Cooper, Kevin Spacey, Brad Pitt, Angelina Jolie e Lupita Nyong'o."




  • Jarded Leto venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante
Infelizmente ainda não tive a oportunidade de assistir ao filme Clube de Compras Dallas, mas pelos comentários que escuto não me resta dúvidas de que é um filme muito interessante. Além de provar que Jared Leto também é um ótimo ator, no filme ele interpreta o travesti Rayon e pelo o que eu vi de algumas cenas esse não é um papel para qualquer um. Sem contar que ele fez um discurso que me emocionou, agradecendo sua mãe e falando em um pedaço sobre a Venezuela e Ucrânia "A todos os sonhadores que estão vendo isso hoje, lugares como Ucrânia e Venezuela, nós estamos aqui enquanto vocês lutam para fazer de seus sonhos realidade, para viver o impossível. Pensamos em vocês esta noite."



  • Melhor Animação - Frozen - Uma Aventura congelante

Não importa qual seja a minha idade, sempre vou ter um lado criança que é apaixonado pelos filmes da Disney. Quando Frozen lançou nos cinemas eu corri para assistir, mesmo tendo que aguentar a minha amiga me criticando levemente ao falar "Você tem quase 17 anos e quer ver esse filme de criança?". Eu apenas ignorei isso e fui assistir, não me arrependo de ter tomado essa decisão. Na maioria dos filmes da Disney as princesas se apaixonam ao primeiro olhar e o amor verdadeiro sempre é demonstrado com um beijo, mas em Frozen isso não acontece. Foi uma conquista merecida, além de ter dado para a Disney o seu primeiro Oscar de  filme de animação.

  • Melhor Figurino - O Grande Gatsby
Nessa categoria eu estava dividida entre American HustleThe Great Gatsby. Mas no primeiro filme acho que o figurino que mais se destacou foi o usado por Amy Adams, e isso não foi o suficiente para superar o segundo filme. As roupas usadas no The Great Gabtsby são simplesmente divinas.

  •  Pizza durante a cerimônia
A Ellen merece um beijo por isso, na minha opinião foi um dos momentos mais descontraídos de divertidos de toda a cerimônia! Em uma premiação de grande  porte como essa acho que ninguém imaginou que poderiam servir pizza, nunca imaginei que um dia estaria viva para ver o Brad Pitt entregando um pedaço de pizza para a Merly Streep. A pizza no geral foi um momento que acabou gerando algumas piadinhas nas redes sociais.




  • Tributo aos atores e cineastas que morreram
Acho que esse foi uma das melhores opções para homenagear aqueles que já partiram, uma grande perda para o cinema. Isso aconteceu ao som de Bette Midler cantando "Wind Beneath My Wings".



  • Melhor Atriz Coadjuvante - Lupita Nyong'n

Sou uma grande fã da Jennifer Lawrence e estava torcendo para ela levar essa categoria, no entanto quem acabou levando foi a atriz Lupita pelo seu primeiro trabalho no filme 12 Anos de Escravidão. Reconheço que Lupita teve um ótima atuação no filme e sua vitória foi merecida. 











Procrastinar

Significado de Procrastinar
v.t e v.i. Adiar para depois: procrastinar o começo do trabalho.
Prorrogar para outro dia: procrastinar a ida para casa de campo.
Usar de delongas: procrastinar a realização de qualquer coisa.
(Etm. do latim: procrastinare)

Esse ato é simplesmente inevitável, voluntariamente ou não acabamos deixando as coisas para mais tarde. Pessoalmente me considero a Rainha da Procrastinação, vivo que vou escrever um texto e depois de meio século ele acaba saindo, dever de casa e estudo nem se fala… até para criar esse blog eu acabei enrolando sempre dando algum tipo de desculpas como se servisse de justificativa. No início não me importava em criar desculpas para justificar as minas ações, sempre enrolando com algo, só que em um momento percebi o quão prejudicial isso estava se tornando. Acabava magoando algumas pessoas que esperavam algo de minha parte, e simplesmente comecei a enlouquecer com os estudos e deveres que iam se acumulando. O resultado dessa minha procrastinação foi negativo, precisava me desdobrar em mil e tinha de dar um jeito de conseguir fazer tudo em 24 horas.
Com essa minha experiência acabei chegando a três conclusões (1) percebo que é uma tendência natural do ser humano procurar algo ou alguém para colocar a culpa, temos um sério problema em admitirmos que erramos e falar que fulano que fez errado é mais fácil; (2) você pode prometer a si mesmo que nunca mais vai deixar acumular tarefas, por um tempo isso funciona até que a preguiça fala mais alto e as coisas desandam, nem que seja ao menos um pouco; (3) por mais que soe de modo clichê o ser humano é imperfeito e vive cometendo erros, isso é uma espécie de ciclo vicioso que nunca vai ter um fim e para aprender a lidar com ele basta tentar criar uma espécie equilíbrio em sua vida.