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quinta-feira, 15 de março de 2018

Resenha: O Resgate No Mar — Parte 1 (Outlander #3)

Título: O Resgate No Mar: Parte 1
Autor(a): Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 592
Classificação: 4/5
Comprar: Amazon

Quem me conhece ou que acompanhava o meu blog há alguns meses, já deve ter percebido que eu sou uma grande fã da série criada por Diana Gabaldon (tantos dos livros quanto da série de TV produzida pela Starz), então estou aqui novamente para resenhar o terceiro volume da saga Outlander. Espero que vocês gostem da resenha e que se apaixonem pela história de amor do Jamie de da Claire, da mesma maneira que eu acabei me apaixonando.

"Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor de sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que retornou à sua própria época, ela sempre pensou que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden.
Agora, em 1968, Claire descobre, com a ajuda de Roger Wakefield, evidências de que seu amado pode estar vivo. A lembrança do guerreiro escocês não a abandona… seu corpo e sua alma clamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois.
Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.
As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?"

Escócia, 1968
Após descobrir que Jamie Fraser não morreu na Batalha de Culleden, como pretendia que ocorresse, Claire Randall/Fraser começa a pensar na possibilidade de tentar o encontrá-lo novamente. Por mais que isso seja um de seus maiores desejos, uma vez que o guerreiro escocês foi o grande amor de sua vida, a situação não é tão simples como aparenta. Para começar. é preciso juntar as evidências necessárias para descobrir sobre o paradeiro de Jaime, e para essa difícil tarefa, Claire conta com a ajuda do jovem historiador Roger Wakefield.

Outro fator a ser considerado por Claire é deixar a sua vida em Boston, sua carreira como médica e, principalmente, sua filha Brianna (fruto de seu relacionamento com Jamie) para trás. Voltar para o passado é um caminho sem volta, uma vez que as viagens temporais começaram a se tornar perigosas, podendo colocar sua vida em perigo.

Sem contar que sua cabeça está cheia de dúvidas. E se Jamie tiver se apaixonado novamente? Se ele estiver casado? Ou se ele tiver a esquecido? Por mais que odiasse pensar em tais hipóteses, não podia ignorá-las em sua mente. Vinte anos tinham se passado desde que vira o escocês pela última vez, quando atravessou pelo portal de Craigh na Dun, o famoso círculo de pedras, de forma que muitas coisas poderiam ter acontecido durante aquele período de tempo. Assim como ela havia retomado o seu casamento com Frank Randall, tentado seguir a diante com sua vida, Jamie também poderia ter feito o mesmo.

Claire se vê diante de um grande impasse: largar a vida que acabou construindo para si, sua filha, seus amigos e seu trabalho para reviver um grande amor do passado; ou deixar Jamie para trás, assim como as hipóteses do que poderia ter acontecido caso o reencontrasse novamente.

"—E se... — disse, e um nó na garganta me fez parar outra vez.
— E se o tempo corre em paralelo, como achamos que acontece... — Roger parou, também, olhando para mim. Em seguida, seus olhos voltaram-se para Brianna. 
Ela ficara terrivelmente pálida, mas tanto os lábios quanto os olhos permaneciam firmes, e seus dedos estavam quentes quanto tocou minha mão. 
— Então você pode voltar, mamãe — disse ela baixinho. — Você pode encontrá-lo."
Escócia, 1776
A vida nas Terras Altas nunca pode ser considerada como fácil, principalmente, para o jovem guerreiro escocês Jamie Fraser. Há 20 anos, ele participou da Batalha de Culleden e na época pretendia morrer lutando ao lado de seus companheiros. Aquele era o seu plano. Contudo, algumas coisas não saíram como o previsto e ele acabou sobrevivendo.

Viver pode ser considerado como um grande privilégio para muitas pessoas, mas não para Jamie durante o período do pós-guerra. Afinal de contas ele se encontrava separado de sua esposa, havia presenciado a morte de alguns de seus amigos e companheiros, e durante os anos que se passaram viveu como um completo fugitivo (nem mesmo podia passar muito tempo ao lado de sua família e em sua casa). A solidão que sentia era tanta que se deixou ser capturado pelos ingleses, sabendo que a recompensa por sua captura iria ajudar a sua família.

A vida em uma prisão não pode ser a mais agradável de todas, mas com o passar do tempo Jamie se tornou o líder dos prisioneiros, o meio de comunicação que eles tinham entre o Diretor e os presos. Por ser um homem carismático, inteligente e educado, o escocês desenvolveu uma amizade com o Major John William Grey. Tal amizade foi fundamental para que mais tarde Jamie conseguisse um trabalho na propriedade dos Dunsany, na Inglaterra.

Depois de anos afastado da Escócia, devido ao seu trabalho na propriedade inglesa, chegou o momento de deixar a vida que levava na Inglaterra para trás. A saudade de sua família, de sua terra natal era muito grande, sem contar que não era aconselhável que Jamie permanecesse em Dunsany, pelo menos não se quisesse arrumar mais problemas para si mesmo. E durante todos esses anos mesmo tendo conhecido outras pessoas, conhecido outros lugares, Jamie nunca deixou de se sentir incompleto devido a ausência de Claire em sua vida, era como se um pedaço do seu coração estivesse faltando.

"— Santo Deus, você é real!
— E você também. — Levantei o queixo para fitá-lo. — A-achei que estava morto. — Eu planejara falar descontraidamente, mas minha voz me traiu. As lágrimas rolaram pelo meu rosto, para logo molhar o tecido rústico de sua camisa quando ele me puxou com força para ele. 
Eu tremia tanto que algum tempo se passou até eu perceber que ele tremia também, e pela mesma razão. Não sei quanto tempo ficamos ali sentados no chão, chorando nos braços um do outro com a saudade de vinte anos derramando-se pelos nossos rostos."

A narrativa do livro é dividida em duas, alternando-se entre Claire e Jamie, mostrando como eles fizeram para seguir a diante com suas vidas depois que se separaram no final de "A Libélula no Âmbar", o segundo volume da série. Chega a ser emocionante toda a trajetória pela qual ambos passaram, e em sua escrita Diana Gabaldon  deixa claro quanto eles sofreram por estarem separados. Mesmo tendo se passado tantos anos eles nunca esqueceram um do outro, nunca deixaram de se amar por todo esse tempo. Também é interessante perceber que tanto Claire quanto Jamie mudaram com o passar dos anos, mas a essência dos personagens continua a mesma.

Esse foi um dos volumes mais emocionantes de toda série, até o momento. Minha única crítica negativa é em relação ao livro ter sido dividido em parte 1 e 2 (quanto terminei a primeira parte fiquei com um gostinho de quero mais, além de uma enorme curiosidade sobre o que viria a seguir. Foi angustiante ter de esperar para comprar o segundo livro para saber como terminava "O Resgate No Mar"). Sei que alguns livros enormes podem assustar alguns leitores inicialmente, mas acho que teria sido melhor se tivessem reunido tudo em um único volume.

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