Autor(a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 272
Classificação: 3/5
Não é nenhuma novidade para os leitores do blog que eu sou uma grande fã da Julian Quinn e de seus livros. Então, é com muita alegria que venho aqui resenhar o segundo livro da série Quarteto Smythe-Smith, que está conquistando o meu coração com uma (outra) numerosa família que se mete em muitas aventuras e em algumas confusões.
"Daniel Smythe-Smith passou três anos exilado na Itália depois de um duelo com seu amigo, o gênio matemático Hugh Prentice, e quase o fez perder uma perna. Com isso o pai de Hugh, Lorde Ramsgate, o ameaçou dizendo que se ele não saísse do país seria morto, mas um dia ele recebe a visita de seu amigo, que o libera para voltar à Inglaterra...
Ele volta justamente no dia da apresentação do Quarteto, mas encontra uma pessoa diferente ao piano (já que sua prima Sarah fingiu estar doente para não participar, Anne Wynter, a governanta das irmãs dela a substituiu), ao olhar para ela, ele fica encantado e, ao final da tortura apresentação ele corre para encontrá-la. Ao vê-la, não resiste e a beija, mesmo sem conhecê-la direito e ela, depois de um tempo escapa dele e se esconde.
Por falar em se esconder, Anne Wynter (ou melhor, Annelise Shawcross) esconde seu passado de todos, pois ela teve que se afastar de sua família, após ser enganada e humilhada por seu amado, que prometeu se casar com ela, sendo que na verdade já estava comprometido com uma mulher mais rica. Além de ter perdido a virgindade, o que já era terrível, ainda leva toda a culpa pelo que aconteceu, e por isso, ela não pode mais ter contato com a família e ela é levada para viver como governanta numa residência na Ilha de Man. Depois de um tempo, Anne foi contratada para cuidar das meninas Pleinsworth, primas de Daniel. E apesar da tentativa de manter seu passado oculto, a Lady Pleinsworth desconfiava que ela era de origem nobre e tinha motivos para negar sua criação.
Pleinsworth desconfiava que ela era de origem nobre e tinha motivos para negar sua criação.Daniel, ao saber que Anne é a governanta de suas primas, resolve ir sempre à casa Pleinsworth sob o pretexto de vê-las, e sempre ia passear com elas, porque sabia que ela iria junto. E, com isso eles vão ficando cada vez mais apaixonados, mesmo que ela não adimita. Mas, o que ele não sabe, é que os segredos de Anne, vão além do tipo de criação que teve, e que agora, mais do que nunca, precisará conhecer o seu passado, pois ambos estão correndo perigo, e, desta vez, não tem nada a ver com o Lorde Ramsgate ou o duelo."
Nesse livro conhecemos um pouco mais sobre Daniel Smythe-Smith, o irmão mais velho de Honoria Smythe-Smith e o melhor amigo de Marcus Holroyd, o Duque de Chatteris (os protagonistas de Simplesmente o Paraíso). Há três anos, Daniel se envolveu em um duelo de cavaleiros com o seu amigo Hugh Prentice, uma confusão que foi causada por muita bebida, um jogo de cartas e uma acusação sobre um dos participantes terem roubado. Como estavam alcoolizados tanto Daniel quanto Hugh erraram a pontaria ao atirar no adversário. O Smythe-Smith levou um tiro no ombro e o Prentice levou um tiro na coxa, porém uma veia foi atingida quase matando o homem.
Tudo aquilo não passou de um mal entendido, além de uma péssima pontaria (o álcool não ajudou em nada, apenas serviu para atrapalhar). Não era a intenção de Daniel ferir o seu amigo. E embora o rapaz tenha tentado se justificar, explicando o que tinha acontecido e evidenciando que não era a sua intenção machucar ou matar Hugh, porém isso não foi o suficiente. O pai de Hugh não perdoou Daniel pelo ferimento causado o seu filho, por tê-lo tornado em um "incapaz" e jurou vingança ao rapaz.
Sendo assim, Daniel foi obrigado a deixar a Inglaterra e passou três anos longe de casa, viajando por vários países do continente europeu e fugindo de assassinos contratados para matá-lo. E quando finalmente tem a oportunidade de voltar para casa Smythe-Smith, o atual conde de Winstead, retorna para casa justo no dia do tão tradicional concerto da sua família: anualmente as mulheres da família Smythe-Smith tocam em um recital e apenas podem sair do concerto quando se casam. E além dessa tradição ligada a música, todas as garotas também são péssimas tocando os seus instrumentos e sabem muito bem disso. Porém, naquele ano tinha algo de diferente no recital familiar. Era uma moça muito atraente que estava tocando no piano, tentando acompanhar o restante das garotas em uma falha tentativa. E essa garota chama atenção de Daniel durante a noite inteira.
"A jovem tinha o cheiro da Inglaterra, da chuva suave e das planícies beijadas pelo sol. E sentir seu corpo era como estar no paraíso."
Anne Wynter (ou melhor, Annelise Shawcross) é uma excelente governanta e que possuiu um trabalho agradável cuidado das jovens garotas: Harriet, Elizabeth e Frances, as irmãs mais novas de Sarah Pleinsworth (pianista do Quarteto Smythe-Smith. No geral esse é um trabalho que não lhe dá muitos problemas, ela recebe uma quantia razoável para se manter e as garotas são fáceis de lidar (claro que elas aprontam um pouco, mas nada muito sério. Contudo, ao ter que substituir a lady Sarah no concerto anual da família não estava nos planos de Anne, muito menos em uma de suas obrigações de trabalho.
Sentindo extremamente atraído pela jovem, Daniel não demorou muito tempo para procurá-la. Precisava saber quem se tratava da moça que tinha despertado tantos interesses nele. E mesmo em um breve encontro, foi possível notar uma atração entre Daniel e Anne. Foi um sentimento tão forte que o homem se atreveu a roubar um beijo da mulher, precisava provar o sabor de seus lábios, saber qual era a sensação de beijá-la. E mesmo sabendo que aquele envolvimento era errado (afinal de contas ele era um conde, um membro da alta sociedade, enquanto ela não passava apenas de uma governanta sem títulos ou terras) foi impossível não retribuir.
Para tentar aproximar-se de Anne, Daniel passou a visitar a casa de sua tia com mais frequência, com o pretexto de que queria ver suas primas: Sarah, Frances, Elizabeth e Harriet. Claro que ele sentia saudades delas, afinal de contas tinha passado muito tempo longe de casa, porém qual era o problema de juntar o útil ao agradável? Aproveitar o tempo perdido na companhia de suas primas para ficar junto de Anne Wynter, a belíssima governanta.
"Não era seu momento. E não era seu mundo. Ele era um conde e ela era… Bem, era a pessoa que se obrigara a ser. Ou seja, alguém que não dava intimidade a condes, ainda mais condes com escândalos em seu passado."
Como de costume os romances da Julia Quinn segue uma receita e por mais que seja um pouco clichê, sempre acabo descobrindo algo novo a cada leitura e me divertindo com os personagens. Apesar de histórias semelhantes, sempre acaba tendo algo de extraordinário. E o que eu mais gostei de "Uma Noite Como Esta" foi conhecer um pouco mais da família Smythe-Smith, simplesmente me diverti com as primas de Daniel, cada uma com uma personalidade mais interessante do que a outra (a que eu mais gostei foi a Harriet, sua personalidade forte me lembrou a Hyacinth Bridgerton).
Outra coisa que eu achei positiva na leitura foi o plot twist em torno na vida da misteriosa Anne Wynter. Ao longo da leitura eu fui criando algumas teorias, explicações para o seu passado. Gostei do modo que a Julia Quinn desenvolveu isso, achei bem explicado e não ficou uma história absurda. Então, se você é fã de romances de época não pode deixar de ler os livros da série do Quarteto Smythe-Smith.
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